Descontrole no combate à pandemia apavora o mundo
por Sergio Torres
Aquele passeio espetacular pelas ruas e avenidas de Nova York? Esquece. Caminhar na grande esplanada e visitar os incríveis museus da capital Washington? Esquece. Ir a Paris, Roma, Londres, Madri? Esquece. A qualquer capital importante da Europa? Esquece. Buenos Aires? Estações de esqui no Chile? O mar do Caribe? Pode esquecer por um bom tempo. Afinal, estamos em pandemia e o Brasil tornou-se uma espécie de pária do planeta. Nenhum país com potencial turístico aceita mais a entrada de brasileiros. E sabe-se lá até quando essa situação vai perdurar.
A julgar pela evolução do número de contaminados pela Covid-19 no país, tão cedo as fronteiras não se abrirão aos brasileiros. A estabilização em patamares bastante altos em meados de julho foi seguida pelo recrudescimento dos contágios nas grandes cidades e regiões metropolitanas brasileiras. Seria a tal segunda onda, se é que a primeira já foi mesmo embora.
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Para ficar, por enquanto, no nosso continente, as férias de julho costumavam levar até milhares de brasileiros às estações chilenas de esqui, na maravilhosa Cordilheira dos Andes. Valle Nevado, a quase 2.500 metros de altitude e a 80 km da capital Santiago, sempre foi a atração principal da temporada para os turistas do Brasil. Desta vez, nenhum sequer para contar a história.
Buenos Aires e Bariloche, os polos do turismo argentino para brasileiros, saíram do nosso radar neste inverno. A Argentina e todos os demais países da América do Sul fecharam suas fronteiras na tentativa de impedir que os brasileiros ingressem em seus territórios com o vírus até agora incurável.
A internacionalmente criticada ação do governo brasileiro no enfrentamento à pandemia gerou até mesmo providências rigorosas dos Estados Unidos, país apontado por especialistas como aliado geopolítico do presidente Jair Bolsonaro.
Desde 29 de maio vigora em todos os 50 Estados norte-americanos o decreto em que o presidente Donald Trump proíbe a entrada no país de brasileiros e de qualquer cidadão que não seja americano e que tenha visitado do Brasil nos 14 últimos dias. Não há prazo para a medida ser revogada. A maioria dos voos que aconteceriam na primeira quinzena de agosto entre Brasil e Estados Unidos já estão cancelados.
Da mesma forma, a Europa, hoje, é um continente arredio aos brasileiros. A União Europeia permitiu em 1º de julho, após três meses de isolamento, a entrada de turistas de 14 países, entre eles Ruanda, Geórgia, Tunísia, Tailândia e o nosso vizinho Uruguai.
O quadro de descontrole na pandemia levou os integrantes da instituição a manter fechado o acesso dos brasileiros, assim como o dos norte-americanos e dos russos.
A cada duas semanas a União Europeia avalia o levantamento ou a manutenção das restrições ao ingressos de turistas de nações mais afetadas pela pandemia. Não há qualquer sinal que, tão cedo, os brasileiros poderão voltar às viagens por França, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Portugal, Holanda, Bélgica, Grécia, Itália, Suíça.
Quando tudo isso acabará? Não é possível arriscar um palpite, por enquanto.