Mais um grande passo para ampliar a adoção foi dado: “O Ideal é Real – Adoções Necessárias” terá, agora, alcance nacional. O projeto da AMAERJ que visa mudar o perfil do alvo de adoções será lançado pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília, em 14 de agosto.
O projeto terá apoio da Câmara dos Deputados, do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), e dos ministérios do Desenvolvimento Social e dos Direitos Humanos. O presidente da AMB, Jayme de Oliveira, se interessou em difundi-lo à época de seu lançamento na AMAERJ, em janeiro de 2017.
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Sérgio Ribeiro, diretor de Direitos Humanos e Proteção Integrada da AMAERJ, informou que, depois do lançamento do programa em agosto, percorrerá os Estados com representantes do CNJ e de outros apoiadores para explicar aos juízes o trabalho de “O Ideal é Real”.
“A mídia faz uma pergunta recorrente: por que a conta não fecha? No Brasil, temos cerca de 46 mil pessoas habilitadas e 8.500 menores esperando uma família. O que não se entende é que são filas diferentes, de acordo com o perfil escolhido”, explicou o magistrado.
O juiz titular da 4ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso percebeu que o perfil mais escolhido é de crianças de até 3 anos, sem doenças e sem irmãos. Para preencher essa lacuna, ele acredita ser importante promover o encontro entre os adotantes e o grupo de adoções necessárias: crianças a partir de 8 anos, adolescentes, grupos de irmãos e infantes com problemas de saúde.
“As pessoas preenchem a ficha com uma criança idealizada. Nossa preocupação é mudar essa ótica e mostrar que existem crianças e adolescentes reais, e que ambas as partes podem viver o tão desejado amor de pai e filho”, frisou o magistrado, que continuou: “É um projeto de estratégia. Se pelo menos 20% mudar o perfil, zeramos esse número [de menores a adotar]”.
Símbolo do projeto
Alice, de dois anos de idade, é o símbolo do projeto. Nascida com microcefalia, paralisia cerebral e epilepsia, a criança foi adotada por Luciana Vilella e Thiago de Paiva em fevereiro do ano passado. O casal estava habilitado para um bebê sem doenças, mas mudou de ideia ao conhecer Alice. “Foi um encontro quase espiritual, quando vi, pensei: ‘ela é a minha filha’”, disse Luciana à época. O processo de adoção de Alice foi concluído pelo juiz Sérgio Ribeiro.
Conheça o projeto: