*O Globo
No centenário da morte do renomado Rui Barbosa (1849-1923), o Museu da Justiça vasculhou seu acervo e encontrou algumas curiosidades sobre o “Águia de Haia”. Entre elas, o inventário do jurista, que compreende oito volumes, sendo seis deles inteiramente dedicados a livros.
A biblioteca dela era uma das maiores do seu tempo, com mais de 23 mil títulos. Possuía uma vasta coleção de legislações de todos os países, incluindo constituições, códigos civis, comerciais, penais e processuais, além de obras antigas, como a Divina Comédia, de Dante, editada em 1481 por Landino, o Rerum per Octennium in Brasilia, de Barlaeus, editado em 1647, La Vie de Notre-Seigneur Jésus Christ, de Tissot, editada em 1896-1897, e a primeira edição da Crônica de D. João I, de Fernão Lopes, editada em 1644.
Outra curiosidade encontrada no acervo do Museu é o registro de Rui Barbosa como bacharel em Ciências Sociais e Jurídicas, ocorrido em 20 de outubro de 1885, na antiga Relação da Corte, uma espécie de segunda instância do Judiciário do Brasil Imperial.
O documento começa citando que o registro de Rui ocorreu “em nome e sob os auspícios do muito alto e [muito] poderoso Príncipe senhor D. Pedro segundo imperador constitucional e defensor perpétuo do Brasil”.
Aliás, o presidente do TJ-Rio, Ricardo Cardozo, está incentivando a divulgação destas pesquisas e visitas a mostra “Museu e tribunais do Rio de Janeiro – 270 anos”. Entre o acervo histórico exposto estão objetos de trabalho, móveis, fotografias, livros de registros e documentos decorrentes da atividade judicial, dos quais destacam-se autos processuais com mais de três séculos.
A mostra se propõe a rememorar os órgãos que compunham a administração da Justiça desde o início da colonização, com destaque para os diferentes tribunais que desempenharam a jurisdição no território que corresponde ao atual Estado do Rio de Janeiro e sua interação com a história social brasileira.
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