EMERJ | 03 de setembro de 2020 14:26

Retrato de Adriana Ramos de Mello é inaugurado em galeria da EMERJ

A juíza Adriana Ramos de Mello foi homenageada pela EMERJ (Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro) na terça-feira (1ª), com a inauguração de sua fotografia na Galeria dos Conferencistas Eméritos, em cerimônia virtual. O ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Ayres Britto participou da homenagem.

“Como é bom ver uma pessoa como a juíza Adriana, que luta pela igualdade de gênero e pelo humanismo. Tão jovem e tão madura no plano científico e acadêmico. Uma pessoa que nos honra com seu conhecimento”, afirmou Ayres Britto.

O desembargador André Andrade, diretor-geral da EMERJ, disse que a juíza é um exemplo para todos. “Uma pessoa que tem atuado, ao longo dos anos, na defesa dos direitos humanos, das mulheres, da identidade de gênero, dos vulneráveis. Uma pessoa que tem se dedicado à causa pública. Por isso, a EMERJ tem a honra imensa de homenagear Adriana Ramos de Mello, por quem tenho uma profunda admiração.”

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A desembargadora Suely Lopes Magalhães, coordenadora da Coem (Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar), contou que trabalha com Adriana há cinco anos.

“É muito importante essa homenagem, porque não está sendo feita somente à figura da minha colega e amiga, mas à causa como um todo. A coordenadoria está honrada em participar desse momento, porque a Adriana é a Coem e a Coem somos todos nós.”

O juiz Luiz Márcio Pereira lembrou ter sido o celebrante do casamento da magistrada, há 14 anos. “Espero, como amigo, de alguma forma poder ajudar para que Adriana continue a quebrar paradigmas e a colaborar para que as famílias sejam mais felizes”, disse.

O desembargador Caetano Ernesto da Fonseca, presidente do Fórum Permanente de Direitos Humanos da EMERJ e marido da homenageada, frisou que, ativista engajada em nobres causas, sempre luta pela causa da igualdade entre homens e mulheres.

“Adriana tem uma carreira belíssima, eu tenho a felicidade de testemunhar isso. Ela não só me inspira, mas me obriga todo dia a fazer uma autorreflexão, a saber como posso melhorar enquanto ser humano. Adriana me obriga a sair da rotina para minha alegria e felicidade.”

Também participaram da homenagem a juíza Jacqueline Machado, presidente do Fonavid (Fórum Nacional de Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher), o procurador do Estado do Rio de Janeiro Gustavo Binenbojm e a professora de Direito da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Ana Lucia Sabadell.

Ao final do evento, Adriana agradeceu a cada um dos participantes do encontro virtual e a todos os funcionários e colaboradores da EMERJ. A juíza encerrou com um poema escrito por ela para marcar os 14 anos da Lei Maria da Penha:

“Ser mulher
Que toda mulher tenha acesso integral à Justiça
Que toda mulher tenha acesso integral à Saúde
Que toda mulher tenha uma vida livre de violência
Que toda mulher tenha acesso ao conhecimento e saiba dos seus direitos sexuais e reprodutivos
Que toda mulher possa estudar
Que toda mulher possa falar e, sobretudo, ser ouvida
Que toda mulher deficiente tenha acesso à Justiça e aos serviços públicos
Que toda mãe de uma filha ou filho desaparecido tenha o direito de encontrar o seu filho
Que toda mulher tenha uma vida livre de qualquer preconceito, discriminação de gênero seja por sua identidade ou orientação sexual
Que toda mulher indígena possa viver em suas terras e livre de violência
Que toda mulher tenha uma vida livre de discriminação de raça ou etnia
Que toda mulher seja livre, porque a liberdade é o maior bem que uma mulher pode ter
Que toda mulher tenha como viver uma vida livre de qualquer violência
Viva a Lei Maria da Penha e a nossa Constituição Federal”

Perfil

Adriana Ramos de Mello atuou como defensora pública e, desde 1996, é juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ela é mestre em Direito pela Universidade Candido Mendes, mestre em Criminologia e doutora em Direito Público e Filosofia Jurídico-política pela Universidade de Barcelona.

Em 2014, foi a vencedora do Prêmio Innovare, com o Projeto Violeta. Idealizada pela magistrada, a iniciativa acelera o acesso à Justiça das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar.

Juíza titular do 1º Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Capital, Adriana Ramos de Mello é professora da EMERJ. Na Escola, preside o Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero e o Núcleo de Pesquisa em Gênero, Raça e Etnia.