A presidente da AMAERJ, Renata Gil, concedeu entrevista à Record TV sobre a ação de milícias na Zona Oeste do Rio. O programa “Balanço Geral RJ” foi exibido nesta terça-feira (18). Ela disse que “vários magistrados, apesar das ameaças frequentes, continuam levando seu ofício à frente por conta do dever que temos com a sociedade de entregar Justiça para as pessoas”.
A reportagem mostra conversas entre Orlando de Oliveira Araújo, o Orlando Curicica, e o miliciano Balbi. Os áudios estavam no celular de Curicica. Eles falam sobre em qual vara de Jacarepaguá estão os processos em que são acusados.
Renata Gil afirmou que não há envolvimento de magistrado com o grupo criminoso. Ela explicou que existe desde 2009 uma central de assessoramento criminal no TJ-RJ, como forma de propiciar imparcialidade e segurança. A presidente afirmou que, para combater ainda mais as milícias, é necessário haver o aperfeiçoamento de leis e ações preventivas do Estado.
“Os juízes são aplicadores da lei que nós temos. Hoje vemos que esse aparato legal é insuficiente para inibir ações. Mas, mais importante que a ação do Judiciário, é a ação preventiva do Estado, com seu sistema de segurança funcionando de forma saudável, com a Polícia Militar apurando os crimes dos seus policiais que desviam de conduta”, disse.
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O delegado Antônio Ricardo Nunes, diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), entrevistado na reportagem, afirma que a troca de mensagens entre os milicianos sugere ameaças a magistrados, moradores e policiais. “Temos dados completos que integrantes da quadrilha ameaçaram autoridades vinculadas à investigação”, disse.
O promotor Eduardo Paes, que atua no Fórum de Jacarepaguá – para onde segue a maioria dos processos contra Orlando Curicica –, afirma que os criminosos “não conhecem o procedimento aqui em Jacarepaguá, até porque temos duas varas criminais com dois juízes muito competentes, sérios e rigorosos”.