As conquistas dos direitos das mulheres foram destacadas, nesta segunda-feira (9), durante encontro organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide). A presidente da AMAERJ, Eunice Haddad, participou da reunião no hotel Fairmont, em Copacabana (Zona Sul). Palestraram a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF); a presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Renata Gil; e a jornalista Glória Maria.
Também estiveram presentes a 1ª tesoureira da AMAERJ, Marcia Succi; o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos; o defensor público-geral, Rodrigo Pacheco; o procurador-geral do Estado, Bruno Dubeux; o presidente da Associação do Ministério Público do Estado (Amperj), Cláudio Henrique Viana; a presidente da Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Estado (Adperj), Juliana Lintz; o presidente da seccional Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Luciano Bandeira; e a modelo Luiza Brunet.
Por videoconferência, a ministra Cármen Lúcia afirmou que a busca da igualdade de gênero é fundamental para a sociedade.
“As mulheres querem ser reconhecidas e respeitadas como pessoas iguais a todo e qualquer ser humano. A história da mulher na sociedade é de silêncio, não porque fomos silenciosas, mas porque fomos silenciadas. As desigualdades são enormes. Para construir uma sociedade democrática, é preciso que a sociedade seja democrática. Não adianta construirmos instituições plasmadas pelos princípios democráticos – dignidade, liberdade e igualdade – e dentro de casa haver tratamento diferenciado entre homens e mulheres. É uma construção”, disse.
Primeira mulher a presidir a AMAERJ e a AMB, a juíza Renata Gil falou sobre sua trajetória e a necessidade da existência de mulheres nos altos cargos de direção.
“Embora nós, mulheres, sejamos 52% na sociedade brasileira, ainda temos uma subrepresentação em todos os ramos. Estudo recente do Fórum Econômico Mundial evidencia que, se ficarmos do jeito que estamos agora, só alcançaremos a igualdade de gênero daqui a 135,6 anos. É necessário que nos mobilizemos. Cada um de nós tem um papel fundamental, homens e mulheres, na construção da sociedade que sonhamos e queremos. Nós somos a mudança que queremos no mundo.”
A presidente da AMB abordou o trabalho associativo de resgate às juízas afegãs e de combate à violência doméstica.
“Precisamos de uma estratégica nacional de combate à violência contra a mulher, com metas e prazos, a fim de canalizar recursos públicos para combater esse problema de segurança pública nacional. A campanha Sinal Vermelho é, hoje, referência nacional e internacional. Receberemos na semana que vem a secretária de Estado de Política de Gênero do governo [Joe] Biden [presidente do EUA]. Ela quer que o Brasil integre um grupo de trabalho internacional para cuidar da política de gênero, porque gostou do exemplo brasileiro”, anunciou.
Ao discursar, a jornalista Glória Maria apoiou a campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica, lançada pela AMB e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Sou totalmente favorável a tudo o que tire nós, mulheres, de situações de humilhação, de situações que nos coloquem em inferioridade. Tem que haver essas campanhas, que precisam continuar e devem ser fortalecidas. Sou completamente solidária.”
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