No plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o desembargador Wagner Cinelli, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), foi agraciado com a Medalha Tiradentes, maior honraria do Poder Legislativo fluminense. Na solenidade, na noite desta quinta-feira (6), a diretora de Acompanhamento das Políticas de Atendimento à Mulher e das Varas de Violência Doméstica da AMAERJ, juíza Juliana Cardoso, representou as presidentes Eunice Haddad, da Associação, e Renata Gil, da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).
O magistrado recebeu a comenda por sua atuação pela prevenção à violência contra a mulher. Ele é autor dos livros “Sobre ela: uma história de violência” e “Metendo a Colher” e diretor do premiado curta-metragem de animação “Sobre Ela”.
Ao discursar, Cinelli afirmou considerar “muito séria” a questão do combate à violência doméstica.
“A gente não fica um dia de nossas vidas sem receber alguma informação de um caso drástico envolvendo uma mulher. Precisamos falar muito sobre isso para podermos identificar os sinais desses agressores, dessa fábrica de homens abusadores que ainda existe”, disse o magistrado
“Temos que fugir da banalização de qualquer tipo de violência. Tudo que envolver preconceito e ódio, devemos combater”, complementou ele.
Estiveram na cerimônia, entre outros, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Elton Leme; as juízas Juliana Cardoso e Adriana Ramos de Mello; o procurador-geral da Alerj, Sérgio Pimentel; a filha do homenageado, Gabriela Zimmer e a jornalista Renata Izaal. A deputada estadual Martha Rocha (PDT) presidiu a solenidade.
Ao discursar, a juíza Juliana Cardoso disse que a vida e a atuação do desembargador em prol das causas femininas “soam como poesia para nós”.
“É uma alegria saber que há um desembargador tão preocupado e engajado com a situação das mulheres. Essa postura faz com que nos sintamos cada vez mais empoderadas a ocupar lugares que temos que ocupar, para termos uma sociedade mais justa, equânime e solidária”, falou a magistrada.
Amigo de infância de Cinelli, o desembargador Elton Leme disse que conviver com o homenageado “é um grande privilégio”.
“Wagner é multimídia. É uma pessoa que une de um lado a grande sensibilidade de artista com a tarefa de julgar. Ele põe a serviço da Justiça essa sensibilidade, não somente na causa da mulher vítima de violência, mas sim, para todas as pessoas vulneráveis”, disse o presidente do TRE-RJ.
A juíza Adriana Ramos de Mello destacou a atuação do magistrado em defesa das mulheres, por meio de seus livros, filmes, músicas, poesia e como desembargador.
“Sinto-me confortada de ter um homem, um juiz, um desembargador lutando por uma causa tão importante”, disse a magistrada.
Gabriela Zimmer disse que acompanha a luta do pai na luta contra os abusos sofridas pelas mulheres. Para ela, a questão estrutural “deve ser desconstruída, desnaturalizada e combatida por pessoas como meu pai. Combatida com paixão, por meio de músicas, livros, videoclipes e ações.”
Os deputados André Ceciliano (PT) e Martha Rocha propuseram a homenagem.
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