Viajante pode degustar no hotel as nobres iguarias da França
Por Sergio Torres
Se relacionarmos as atrações turísticas de Paris precisaríamos de mais do que as três páginas destinadas a este texto e fotos. Assim, deixemos de lado, por hora, a Torre Eiffel, o Museu do Louvre, os passeios no Rio Sena, a Avenida dos Champs-Élysées, a Catedral de Notre-Dame, Montmartre e sua basílica com vista panorâmica. A ideia é contar um pouco sobre a gastronomia parisiense de rua.
O turista sempre planeja ir a restaurantes, experimentar iguarias francesas, aproveitar a incrível oferta de vinhos de ótima qualidade. Mas talvez não se atente para o fato de que as feiras livres a céu aberto vendem tudo o que se come nos bistrôs, a preços mais razoáveis.
Com o euro muito valorizado em relação ao real, as despesas com refeições em Paris são caras. Um jantar a dois em um restaurante de bairro, com entrada, uma ou duas garrafas de vinho e sobremesa, além do prato principal, pode custar algo em torno de R$ 1.000. Uma pedrada no orçamento do viajante, sem dúvida.
A sugestão ao turista é que aproveite os produtos das feiras para fazer pelo menos uma refeição diária no hotel ou no imóvel alugado para a temporada. Logicamente, não será possível cozinhar no hotel. Mas basta comprar queijos, fiambres, patês, a espetacular baguete e conservas. Com vinho nacional, claro. Nos apartamentos, as panelas e o fogão estão à disposição dos inquilinos. Portanto, não há problema em adquirir carnes e pescados.
A compra dos alimentos pode ser feita em mercados. Mas a graça é ir às feiras para escolher produtos frescos. São queijos às dezenas dificilmente encontrados no comércio tradicional. Salames, presuntos, linguiças, salsichas, morcelas, terrines caseiras de sabores diferenciados, azeitonas e escargots, os famosos caracóis tão típicos da culinária francesa.
Os açougues instalados nas barracas dos feirantes apresentam opções a que não estamos acostumados: lebres, faisões, cordeiros, codornas, aves de quintal, javalis.
Nas peixarias, a variedade assombra: camarões de todos os tipos, cores e dimensões; ouriços; vieiras deliciosas; mexilhões na casca (não em sacos plásticos, como usual por aqui), pescados do Mar do Norte, do Mediterrâneo e do Golfo de Biscaia; ovas douradas.
As ostras das ruas de Paris merecem um parágrafo para elas. Há até camelôs que montam barraquinhas nas esquinas movimentadas. A ostra é comida na hora. O sujeito abre a carapaça, espreme limão e a entrega ao freguês em porções de seis ou 12 unidades.
Há quem compre duas dúzias e leve para casa. Obrigatório o acompanhamento com o gelado Muscadet, vinho branco do Vale do Loire. Nas feiras, o cliente encontra frutas de origens diversas. Há até mangas brasileiras. As verduras e legumes ocupam tabuleiros que se estendem por um quarteirão. Não há exagero nisso. As feiras são imensas.
Como a do Boulevard Richard-Lenoir, que começa na Praça da Bastilha e percorre o canteiro central da avenida por uns 500 metros. Ali o freguês encontra de tudo. Até roupas, casacos, utensílios do lar e produtos de higiene, como sabonetes artesanais.
Outra feira muito legal é a do Boulevard Edgar-Quinet, em Montparnasse, área hoteleira perto de uma das mais movimentadas estações ferroviárias de Paris. Nela, o turista acha queijos e patês caseiros de sabor inesquecível. As barracas de flores são coloridas e perfumadas.
Além das feiras, há ruas famosas em Paris pelas lojas de iguarias com fornecedores próprios. São mercadorias preparadas com esmero e talento por pequenos produtores. O exemplo talvez mais conhecido é a Rua de Mouffetard, alcançada após caminhada de 10 minutos a partir do turístico Panthéon. Ou a Rua de Montorgueil, na margem direita do Sena, nas proximidades do Les Halles, famoso centro de compras subterrâneo da capital francesa.
Ao percorrer as feiras e as ruas dos pequenos produtores, o turista tem a oportunidade de conhecer um pouco mais da gastronomia de Paris. E abrir mão, pelo menos um dia, das contas que derrubam qualquer orçamento de viagem.
Leia também: União da Magistratura do Rio é destaque no CBM 2022
Defesa das prerrogativas e apoio à classe
Perfil dos 52 novos integrantes da Magistratura do Rio