*O Dia
O Tribunal de Justiça de Rio de Janeiro (TJ-RJ) decidiu manter a prisão temporária de Susane Martins da Silva, principal suspeita de ter enviado os bombons envenenados que mataram a cuidadora de idosos Lindaci Viegas Batista de Carvalho, 54 anos. A mulher foi presa na última quarta-feira (24) e passou por audiência de custódia neste domingo (28). O crime aconteceu no dia 20 de maio, quando a vítima recebeu os doces junto com um buquê de flores, como presente de aniversário.
Na decisão, o juiz Pedro Ivo Martins Caruso D’ippolito determinou que Susane seja encaminhada para avaliação e tratamento médico, por conta dos relatos de “diversos problemas de saúde”. O magistrado também estabeleceu que a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) verifique a informação apresentada pela defesa, de que a suspeita foi agredida por outras detentas. A mulher deve responder por homicídio duplamente qualificado, provocado por envenenamento e motivo fútil.
O crime é investigado pela 20ª DP (Vila Isabel) e teria sido motivado pelos ciúmes de Susane pelo ex-namorado, Mário Sérgio Grativol, de 60 anos, que teve um relacionamento com a vítima, após o término deles. A suspeita havia denunciado o comerciante pela Lei Maria da Penha e a distrital investiga agora se ela forjou as provas contra o ex-companheiro. Na última quinta-feira (25), o TJ-RJ revogou a prisão preventiva do comerciante.
As investigações também descobriram que a mulher contratou um motoboy em Acari, na Zona Norte, para entregar os bombons e o buquê para Lindaci, em nome de uma pessoa anônima, em Vila Isabel. Ela mandou o entregador dizer que quem havia solicitado a encomenda foi um homem alto e negro e o ameaçou caso não cumprisse o estipulado e contasse ou descrevesse quem fez o pedido, dizendo que ele sofreria as consequências.
Lindaci morreu em 20 de maio, dia em que celebrava seu aniversário de 54 anos, após comer os bombons envenenados que recebeu de presente. A cuidadora de idosos recebeu a ligação de um motoboy sobre a entrega e, desconfiada, pediu que a deixasse na loja do atual namorado, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, porque o local contava com câmeras de segurança.
Em seguida, ela pegou os bombons e as flores e foi para um salão de beleza. No local, segundo a irmã, Lenice Batista Lindaci, chegou a comentar que estava com medo de comer o chocolate e uma das funcionárias experimentou, mas cuspiu ao sentir gosto ruim. A vítima também ligou para o filho para descobrir se ele havia enviado o presente e ele negou, mas o ex-marido que estava junto, informou que ele era o remente.
Tranquilizada, Lindaci comeu os bombons e quando saiu do estabelecimento, começou a passar mal. Policiais militares que passavam no local socorreram a cuidadora e a levaram até o Hospital Federal do Andaraí, mas a mulher já chegou morta à unidade. De acordo com a irmã, a vítima salivava muito e revirava os olhos. Familiares informaram que após a mulher se sentir mal, o ex-marido foi questionado se realmente havia enviado os chocolates e ele negou, dizendo que havia feito apenas uma brincadeira.
Ainda segundo a irmã, a mulher vinha recebendo ameaças nas redes sociais e seu perfil no Instagram chegou a ser hackeado. De acordo com Lenice, um perito do Instituto Médico Legal indicou a presença de chumbinho no corpo de Lindeci, mas o resultado dos exames só fica pronto em 30 dias. A vítima foi sepultada no último dia 22, no Cemitério do Catumbi. Ela deixou dois filhos, um de 16 anos e outro de 17.
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