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O instrutor de surfe Matheus Ribeiro, que estava sendo acusado pela receptação de uma bicicleta elétrica, teve o caso arquivado pelo TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), nesta sexta (10). Ribeiro, que é negro, passou a ser investigado depois de denunciar um casal branco por racismo e calúnia após eles o acusarem de ter roubado a bicicleta que, na verdade, era dele.
O caso ganhou repercussão em junho deste ano depois que Ribeiro divulgou em suas redes sociais o vídeo do momento em que o casal, Mariana Spinelli e Tomás Oliveira, o abordou na porta do Shopping Leblon, zona sul do Rio. Ao acolher os argumentos do Ministério Público, a juíza do TJ-RJ Paula Fernandes Machado arquivou o processo contra Ribeiro e sua namorada, a vendedora Maria Eliza Faes.
Estamos muito felizes. O meu sentimento é de mais tranquilidade para seguir na luta, pois, na verdade, esse inquérito nem deveria existir. Mas acredito que essa é uma boa resposta a todos que acompanharam e lutam contra esse racismo institucional”, disse Matheus Ribeiro.
Ribeiro comprou a bicicleta no dia 1º de abril deste ano em um site de vendas de um homem que ele não conhecia. O vendedor se identificou como José Carlos Luna e Ribeiro recebeu o produto na porta do Shopping Nova América, zona norte da cidade. O instrutor pagou R$4,2 mil pelo cartão de crédito de Maria Faes. Ele explica que no ato da compra pediu a nota fiscal do produto, mas que nunca a recebeu. Em depoimento na delegacia, Ribeiro mostrou o comprovante de pagamento e as parcelas feitas da compra.
Além de ter o caso arquivado, o instrutor de surfe e a vendedora conseguiram ter a restituição do dinheiro da compra da bicicleta, explica o advogado do casal, Bruno Sankofa. “Uma decisão antirracista no dia dos Direitos Humanos deve ser elevada a um marco histórico e referenciada como ponto de reflexão de todos os agentes do Sistema de Justiça Criminal”, disse ao UOL.
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