Com a importante participação do padre Júlio Lancellotti, pedagogo e coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, a Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) promoverá o webinar “Fraternidade e direitos a quem mora nas ruas”. Será no dia 20 (próxima terça-feira), às 14h, com transmissão pelo Zoom e pelo YouTube.
O webinar faz parte do Fórum Permanente de Biodireito, Bioética e Gerontologia da EMERJ. No comunicado em que anuncia o evento, a Escola aponta “racismo, descaso, abandono, desumanização, higienismo social, invisibilidade” como “algumas questões enfrentadas diariamente pela população em situação de rua”.
Leia também: CNJ premiará projetos e ações em defesa de crianças e adolescentes
Magistrados e advogados debatem o direito constitucional à saúde
Fonajuv apoia campanha da AMAERJ e parceiros contra a violência infantil
“A Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro cumpre mais uma vez seu compromisso de disseminar o conhecimento e de tratar de temas de interesse da sociedade”, anuncia o informe.
Além do padre Júlio, será palestrante, a ativista Vânia Rosa, suplente do Conselho Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro, ex-moradora de rua.
A desembargadora Cristina Tereza Gaulia, diretora-geral da EMERJ, abrirá o encontro virtual.
“A EMERJ é uma instituição de ensino que visa a melhor e mais ampla difusão do conhecimento para que magistrados e magistradas, que integram o Poder Judiciário, possam adquirir não só os saberes técnicos necessários ao bom desempenho de suas funções, mas também os saberes humanistas e as percepções político-sociais necessárias a uma prestação jurisdicional mais justa”, afirmou a magistrada, para quem a Escola estimula a construção de “políticas públicas que afastem de vez o descaso, a desumanização e a invisibilização de tantos brasileiros e brasileiras que moram nas ruas das grandes cidades”.
O webinar integra o ciclo de palestras “Conversas com a juíza”, com a presidente do Fórum, Maria Aglaé Tedesco Vilardo.
“Os direitos sociais são previstos na Constituição da República para manter a dignidade humana. Ali, estão os direitos à moradia, à saúde, à educação, à alimentação e ao trabalho. Mas em nosso país a moradia costuma ser deixada em segundo plano. Cidadãos abnegados e conscientes, como o padre Júlio Lancelotti, olham para essas pessoas sem moradia, sem trabalho, sem alimento, mas não apenas as veem nas ruas, mas as enxergam em sua humanidade. Hoje, caminhamos em nosso bairro e passamos por inúmeras pessoas sem nada, com fome. E o que fazemos? Esta é a questão. Temos que agir. Fazer algo por nossos irmãos e irmãs. Isso se chama fraternidade. É isso que queremos mostrar no debate. Ser fraterno é possível, mesmo neste mundo de hoje. Aliás, é essencial”, disse a juíza.
No evento gratuito haverá tradução em libras. Serão concedidas horas de estágio pela OAB/RJ para estudantes de Direito participantes do webinar.