*G1
A Justiça do Rio suspendeu uma audiência pública, marcada para a próxima sexta-feira (7), sobre o Autódromo de Deodoro. O encontro virtual discutiria os impactos ambientais da obra.
A decisão, de segunda-feira (3), foi da juíza Roseli Nalin, titular da 15ª Vara de Fazenda Pública do RJ. A magistrada sustentou que o Conselho Estadual do Meio Ambiente, criado pelo Decreto Estadual 46.739, não seguiu o princípio da legalidade administrativa e, portanto, está irregular.
“Esse conselho é clandestino”, disse Felipe Cândido, do Movimento SOS Floresta do Camboatá. “O autódromo pode ser feito ao lado, há espaço. A floresta presta um serviço enorme para a região, como regular a umidade do ar”, explicou.
O colegiado deveria participar da audiência, garantida no fim de julho pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli. Na ocasião, o STF atendeu a um recurso da Prefeitura do Rio.
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A proposta de implantar uma pista para receber o Grande Prêmio de Fórmula-1 do Brasil — e tirar de São Paulo e trazer para o Rio os benefícios da iniciativa — tem criado polêmica porque o local, cedido pelo Exército, é o único trecho de grande porte que resta de Mata Atlântica em área plana no município.
Por conta da pandemia de Covid-19, o GP Brasil de Fórmula-1 deste ano foi cancelado.
A Floresta do Camboatá
A área fica bem no limite entre as zonas Norte e Oeste da capital, beirando a Avenida Brasil, uma das principais vias de acesso ao Rio.
A Floresta do Camboatá ocupa cerca de 194 hectares, o que equivale a quase 200 campos de futebol e três Jardins Botânicos.
O espaço guarda animais em extinção, como o jacaré-de-papo-amarelo, e é ponto de parada de animais que migram de outras partes do país, como a ave saíra-sapucaia.