O presidente Felipe Gonçalves e a diretora de Acompanhamento das Políticas de Atendimento à Mulher e das Varas de Violência Doméstica da AMAERJ, Juliana Cardoso, reuniram-se nesta segunda-feira (1º) com delegados das Polícia Civil e autoridades da Prefeitura de Itaboraí. Em debate, a criação de um núcleo integrado de apoio às mulheres vítimas de violência.
O núcleo a ser instalado na 71ª Delegacia de Polícia (DP), em Itaboraí (município na Região Metropolitana), será o piloto de um projeto que pretende se espalhar pelas regiões e cidades do interior do Estado do Rio de Janeiro.
Presente à reunião, a diretora do Departamento Geral de Polícia de Atendimento à Mulher da Secretaria Estadual de Polícia Civil, delegada Sandra Ornellas, informou que já tem preparada a resolução de criação do Núcleo Integrado de Atendimento à Mulher (Niam) em delegacias que registram ocorrências numerosas de feminícidio e violência doméstica.
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“Encaminharei a minuta da resolução à Assessoria Jurídica da Secretaria de Polícia Civil. Acredito que o parecer jurídico estará pronto em breve”, afirmou.
A proposta é que a Polícia Civil atue em parceria com a AMAERJ, as prefeituras e instituições que tenham interesse em participar do esforço conjunto de combate às práticas violentas contra as mulheres.
“Pretendo conversar com as universidades”, anunciou a delegada.
O presidente da AMAERJ relatou que a ideia do encontro em Itaboraí surgiu em reunião com o secretário estadual de Polícia Civil, Allan Turnowski, em 7 de janeiro. Da reunião participou a juíza Juliana Cardoso, titular da 2ª Vara do Juizado Criminal da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Itaboraí.
“Na ocasião, pedi a secretário o engajamento da Polícia Civil na campanha da AMAERJ em defesa das mulheres. Ele se colocou à disposição para que houvesse um projeto-piloto em Itaboraí, onde a dra. Juliana Cardoso atua”, explicou Gonçalves.
A partir deste contato, Juliana Cardoso esteve com o prefeito de Itaboraí, Marcelo Delaroli. Conversaram sobre a implementação do núcleo na DP da cidade. Na reunião de ontem, a prefeitura foi representada pelo secretário municipal de Desenvolvimento Social, Marcos Araújo, e pela coordenadora do Centro Especializado em Atendimento à Mulher (Ceam), Sulamita Campanhole.
“Nós queremos que a mulher se sinta acolhida, se considere benvinda quando vier à delegacia, que receba o apoio de uma equipe técnica que explique a ela como costuma funcionar o ciclo de violência, quais são as formas que essa violência se manifesta e a encoraje a prosseguir. Ou seja, um atendimento mais acolhedor, humanizado”, afirmou a magistrada.
A delegada Norma Lacerda, titular da 71ª DP, mostrou aos visitantes a sala que poderá vir a abrigar o núcleo.
“Núcleos como esse são muito importantes nos locais onde não há uma Delegacia de Atendimento à Mulher [Deam], como é o caso de Itaboraí”, disse a delegada.
Também estiveram na reunião o delegado-titular da 73ª DP (Neves, bairro de São Gonçalo, na Região Metropolitana), Leonardo Macharet, e o comissário Carlos Augusto Ferreira, chefe de Investigações da 71ª DP.