Judiciário na Mídia Hoje | 31 de maio de 2022 17:07

‘Faraó dos Bitcoins’: Justiça do Rio decreta prisão preventiva de ex-garçom por estelionato

*O Globo

Glaidson Acácio dos Santos | Foto: Reprodução/TV Globo

Preso há nove meses pela Polícia Federal por fraude contra o sistema financeiro, organização criminosa e lavagem de dinheiro, o ex-garçom e empresário Glaidson Acácio dos Santos teve mais um mandado de prisão expedido, desta vez pela Justiça do Rio. No último dia 19 de maio, a juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, em exercício na 4ª Vara Criminal de Niterói, emitiu uma ordem de detenção preventiva.

Há ainda outros dois mandados de prisão contra ele, sendo um como mandante do assassinato do investidor Wesley Pessano, em julho de 2021 em São Pedro da Aldeia, na região dos Lagos, e outro pela tentativa de homicídio contra Nilson Alves da Silva, o Nilsinho, seu concorrente. A vítima resistiu ao ataque, mas ficou cega e paraplégica.

Na última quinta-feira, o ex-pastor da Igreja Universal do Reino de deus foi indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro. Ele é acusado de estelionato em um inquérito da 76ª DP (Niterói). De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), entre junho e agosto de 2021, uma mulher foi vítima do grupo do empresário. A investidora teria perdido R$ 30 mil da GAS Consultoria, que dizia investir em criptomoedas. A promessa da empresa era que a vítima receberia retorno do investimento em 36 meses e que teria 10% mensal do valor aportado.

À 76ª DP, a vítima relatou que recebeu um pagamento no valor de R$ 3 mil e em agosto Glaidson foi preso na operação da Polícia Federal. Desde então, segundo ela, não recebeu comunicação da empresa nem sabe se receberá o dinheiro investido. No despacho, a juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine considera as informações da mulher suficientes para a expedição de um novo mandado de prisão contra o empresário.

“Está demonstrada pelo acervo informativo já recrutado, que também abriga indícios suficientes da autoria em desfavor do acusado, devendo ser observado os inúmeros processos que tramitam em nosso judiciário tanto na esfera cível quanto criminal seja da justiça estadual como federal”, escreveu a magistrada, que ainda destacou os golpes dado por Glaidson.

Em outro trecho, ela afirma que, “(…) por intermédio da pessoa jurídica por ele constituído, lesou economicamente diversas vítimas, sendo certo que tais fatos foram e continuam sendo amplamente divulgados na imprensa, e inúmeras vítimas continuam aparecendo dia após dia. Tais aspectos indiciam a periculosidade do acusado que, solto, acarreta evidente ameaça à ordem pública. Além disso, essa medida também se faz necessária para que se assegure a adequada instrução criminal e a futura aplicação da lei penal, eis que, solto, decerto causará temor às vítimas e ainda atrapalhar o bom andamento do processo, tendo em vista o seu reconhecido poder financeiro”.

A juíza considera que há uma quadrilha especializada em “pirâmide financeira”, operando no mercado de criptomoedas e especulação. Eles promete aos clientes o pagamento de rendimentos mensais de 10% sobre o capital investido num período de três anos.

Leia também: Posse da Regional da AMAERJ em Itaperuna será nesta quarta-feira (1º)
Juiz do Rio lança livro com ministros de tribunais superiores
Tribunal de Justiça do Rio empossa 23 juízes removidos