Novo presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), o desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo ressaltou nesta sexta-feira (3), em entrevista no Salão Nobre antes da cerimônia de posse, que sua experiência como diretor-geral da Escola da Magistratura (EMERJ) e corregedor-geral da Justiça será fundamental no apoio aos magistrados. Ele defendeu a democracia e a modernidade na Justiça.
“Quando chegamos ao 2º grau, acabamos nos afastando paulatinamente do mundo do 1º grau. Essa experiência que tive, através da diretoria-geral da Escola da Magistratura e da Corregedoria, me deu conhecimento dos juízes. Quando eu retomo ao contato com os juízes de 1º grau, vejo os seus problemas e as aflições, tem como resolver, ajudar”, afirmou.
O desembargador Ricardo Cardozo dirigiu a EMERJ de 2017 a 2018 e foi o corregedor no biênio 2021/2022.
“É muito bom ter um presidente que foi corregedor exatamente porque ele sabe o que vivencia o juiz que se dedica à população e quer prestar uma Justiça rápida, sabe dos empecilhos que ele tem. Como presidente vou poder ajudar muito mais nesse processo. A experiência é fundamental para um gestor.”
Perguntado se o TJ-RJ tem estrutura para atuar nos casos de recuperações judiciais de grandes empresas, como Oi e Americanas, o desembargador destacou a qualidade da Magistratura fluminense. “Temos magistrados competentes e prontos para agir em demandas complexas.”
O novo presidente anunciou que pretende empreender uma “reforma administrativa”.
“Observei ao longo da minha experiência que a Justiça por si só é conservadora. Eu sou um presidente que penso modernamente. Quero uma Justiça totalmente tecnológica, vivendo no mundo virtual. Meu foco é dar à sociedade uma Justiça mais rápida”, disse.
Ao concluir a entrevista o desembargador exaltou o Estado Democrático de Direito.
“Democracia para mim é tudo. Muitos não vivenciaram os tempos de ruptura democrática que tivemos, era muito triste. Não podemos de forma alguma permitir que isso retorne. As diferenças e as ideologias são aceitáveis, mas o perdedor tem que aceitar a ideia do outro. O povo é soberano, em uma República não podemos esquecer a vontade do povo. O papel da Justiça é fundamental porque garante que a Constituição seja cumprida.”
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