A mais nova Sala Lilás do Estado foi inaugurada nesta sexta-feira (14), na cidade de Niterói, Região Metropolitana do Rio. A solenidade de abertura do espaço contou com a presença de autoridades, como o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT). O TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) e a AMAERJ foram representados pela juíza Juliana Cardoso, diretora de Acompanhamento das Políticas de Atendimento à Mulher e das Varas de Violência Doméstica da Associação.
A Sala Lilás funciona no Posto Regional de Polícia Técnico-Científica (PRPTC), no bairro do Barreto, e é resultado da parceria entre as Prefeituras de Niterói e Maricá, o Poder Judiciário do Rio de Janeiro e a Secretaria Estadual de Polícia Civil. Nela, serão realizados exames periciais e está de prontidão equipe composta por policiais, assistentes sociais, enfermeiras e psicólogas, que realizarão o acompanhamento. Eles ajudarão as vítimas a relatarem a violência sofrida e vai orientá-las a buscar ajuda em seus municípios.
O projeto foi criado pelo TJ-RJ e é executado pela Coem (Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar). Para ser instalado nas cidades, conta com a integração institucional do Tribunal de Justiça e Executivos estadual e municipal. A Sala Lilás já conta com unidades em Campo Grande (Zona Oeste do Rio), no Centro da capital fluminense e em Petrópolis, cidade na Região Serrana.
“A Sala Lilás conta com atendimento humanizado à vítima de violência. É um ambiente acolhedor em que a mulher, adolescente ou criança será atendida por uma equipe técnica em um momento de vulnerabilidade. Faz diferença para o Judiciário, em especial porque a colheita da prova feita de forma ampla, técnica, humanizada, auxiliará o magistrado quando da prolação da sentença”, disse Juliana Cardoso, integrante da Coem.
A magistrada completou: “A AMAERJ tem uma especial atenção em relação à questão da violência contra a mulher e apoia a iniciativa de integração institucional entre os municípios, o Tribunal de Justiça e a Polícia Civil”.
Na solenidade, ela fez um breve discurso. “É com grande alegria que hoje inauguramos esse projeto. Reflete uma integração institucional e tem, como objetivo, a escuta acolhedora de meninas e mulheres que sofrem violência. Espero que seja o início muitos de outros projetos pela causa da mulher”, afirmou.
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A diretora do DGPTC (Departamento Geral de Polícia Técnico-Cientifico) da Polícia Civil, Nádia Abrahão, também destacou a integração das instituições. “É mais uma conquista, graças ao trabalho em conjunto, a parceria entre entes federados e instituições do Estado, demonstrando que a verdadeira segurança pública não se faz só com o trabalho da polícia”, disse.
A secretária de Política para Mulher do Rio de Janeiro, Camila Rodrigues, lembrou que o projeto foi idealizado pela juíza Adriana Mello e ressaltou a transversalidade das políticas públicas de diferentes entidades.
“As mulheres vítimas de violência sofrem tanto… Chegam às delegacias acuadas. Quando a Patrulha Maria Penha vai fazer o resgate, estão sensíveis, assustadas, muitas com filhos. Quando chegavam no IML [Instituto Médico Legal] era dolorido. Agora, estamos com grandes avanços através desse sentimento de humanização”, afirmou.
O prefeito de Niterói discursou ao fim da cerimônia. Ele lembrou que a cidade lançara, 15 dias antes, a campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica. “A forma mais horrorosa de violência contra a mulher é a sexual, doméstica, física, psicológica. Acredito que esse equipamento (…) vai ser um marco nesse esforço dessa superação de violência contra a mulher”, disse Rodrigo Neves.