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A Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou nesta quinta-feira (13) a Operação Atena, contra agressores de mulheres. Agentes tentavam cumprir 100 mandados de prisão em todo o Estado. Os mandados de prisão foram expedidos pela Justiça. Até a última atualização desta reportagem, 45 homens tinham sido presos.
Segundo dados do Departamento-Geral de Polícia de Atendimento à Mulher, durante a pandemia foi constatada uma diminuição dos registros de ocorrência, em alguns casos de até 50%.
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A delegada Sandra Ornellas, diretora do departamento, esclarece, no entanto, que essa queda não significa menos agressões. “Se nós estamos em um período de isolamento, e esse registro diminui, certamente o que diminuiu não foi a violência, é um caso de subnotificação”, destacou a delegada.
“Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), a casa é o lugar mais violento para a mulher”, afirmou Sandra. “A maioria é agredida nos fins de semana”, emendou.
Sandra afirmou ainda que denúncias ou pedidos de socorro podem ser feitos no telefone 197. O nome da operação remete à deusa grega da força e da sabedoria da mulher.
Em entrevista, Sandra disse que a Lei Maria da Penha é um “divisor de águas” no combate à violência contra a mulher. Ela também lembrou que o mês de agosto é conhecido como “Agosto Lilás”, de combate à violência doméstica em todo o Brasil.
“A gente aproveitou a flexibilização desse período de isolamento para cumprir esses mandados e tirar de circulação esses indivíduos e encorajar mulheres que ainda não tem coragem de denunciar, seja por vergonha, seja por impossibilidade”, disse ela, que acrescentou ainda que é necessária a criação de políticas públicas para prevenção de casos de violência. Segundo Ornellas, o Rio não tem centros especializados em todos os seus municípios.
“É fundamental que a gente tenha políticas públicas de forma estruturada. É importante que a gente tenha serviços especializados. No Rio, de 92 municípios, temos apenas 30 centros especializados de atendimento à mulher”, avaliou.