Judiciário na Mídia Hoje | 05 de outubro de 2018 16:35

Área de risco para crimes eleitorais, Rio de Janeiro terá vigilância reforçada da PF

* O Globo

Foto: Marcos de Paula/Agência O Globo

Na reta final de campanha, a Polícia Federal (PF) vai intensificar a vigilância nas áreas de maior risco de crimes eleitorais. Um levantamento do Centro de Comando e Controle das Eleições de 2018 , divulgado nesta semana, mostra que o Rio Janeiro, com 533 ocorrências, é o estado com o maior volume de inquéritos abertos para apurar crimes eleitorais , desde o início do ano. Os outros dois estados acompanhados de perto pela PF são o Ceará, com 108 inquéritos, e São Paulo, com 92.

Em todo o país, já foram abertas 1.763 investigações sobre compra de votos, abuso de poder econômico e uso de informações falsas em títulos de eleitores, entre outros crimes. O mapa da polícia mostra ainda que quatro dos cinco municípios brasileiros com o maior número de suspeitas de crimes eleitorais estão no Rio. São Gonçalo tem 166 inquéritos, Cabo Frio registrou 77 procedimentos, Queimados teve 45 e, na própria capital, o número é de 43 investigações.

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A lista de investigações nestes municípios é maior até mesmo que as ocorrências registradas em São Paulo, maior cidade do país, onde foram abertos até agora 29 inquéritos. São Paulo está em quinto lugar neste ranking. Para a polícia, não é possível antever o crime eleitoral, mas o histórico recente de crimes tornam algumas regiões alvo de maior preocupação.

– Estas áreas com maior incidência de crimes são áreas de maior risco – afirma o coordenador-geral de Defesa Institucional, Thiago Borelli, chefe do Centro de Comando.

Até o momento, o maior número de inquéritos abertos (1087) está relacionado a investigações sobre tentativas de falsificação de títulos. A PF também já abriu 234 inquéritos para investigar compra de votos.

As eleições deste domingo são as primeiras depois da devassa realizada pela Operação Lava-Jato no sistema político. Apesar de todo o trabalho realizado, não é possível, segundo Borelli, identificar se o cerco à corrupção tornou o processo eleitoral desse ano mais limpo que os passados.

Notícias falsas

Um dos grandes problemas registrados nessa campanha, a divulgação de notícias falsas nas redes sociais preocupa a PF e a Justiça Eleitoral desde o início do ano. Durante a inauguração do Centro de Comando e Controle, formado por policiais civis, militares e integrantes de outras instituições, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que candidatos e eleitores que se sentirem prejudicados por fake news devem recorrer à Justiça.

Segundo Jungmann, as polícias não podem interferir antecipadamente para combater notícias falsas porque isso poderia resultar em censura prévia.

– É preciso que as pessoas reportem à Justiça Eleitoral as fake news. Não cabe à polícia decidir se um conteúdo é válido ou não — disse o ministro, depois de inaugurar o Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN) das eleições, em Brasília.

Na quinta-feira, O Globo mostrou que conteúdos falsos se multiplicaram nas redes sociais na reta final da eleição. No Facebook, 35 postagens tiveram cerca de 400 mil compartilhamentos e alcançaram milhões de eleitores. Em média, cada publicação com conteúdo falso foi compartilhada 13,7 mil vezes. No início do mês, essa média era de 1,4 mil.

Fonte: O Globo