*O Globo
O motorista de ônibus José Carlos Verdam da Silva foi condenado pela Justiça a três anos de prisão. Há quase quatro anos, em 19 de março de 2019, ele atropelou e matou o ciclista e empresário Artur Vinícius de Oliveira Sales, de 43 anos, na Avenida Embaixador Abelardo Bueno, próximo ao Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade.
— Posso dizer que considero a sentença justa, com análise perfeita da prova produzida, trazendo certo conforto à viúva e a toda família pela perda — disse Marcos Crissiuma, advogado da família de Artur.
Em sua decisão, o juiz André Felipe Veras de Oliveira, da 32ª Vara Criminal do Rio, afirma que “o atropelamento fatal que agora o faz responder a este processo mostrou ter sido o ponto culminante de um histórico de infrações de trânsito e de incidentes de trânsito que abarcam, inclusive, episódios de avanço de sinal e de excesso de velocidade”.
No texto, o juiz avalia que a conduta é “algo ruim para quem se dispõe a viver profissionalmente do transporte de pessoas, função que requer, sobretudo, senso de responsabilidade, atenção, prudência, equilíbrio, paciência, gentileza para com os demais usuários do trânsito e respeito às normas de circulação viária e às leis”.
Na manhã do acidente, por volta das 7h, Artur treinava com outros 50 ciclistas de um grupo do qual fazia parte desde 2015. À época, o professor de educação física Roberto Vitorio, que estava cerca de um quilômetro e meio à frente relatou que os ciclistas pedalavam na pista quando o ônibus da viação Turismo Três Amigos fechou o grupo e atropelou o empresário ao tentar parar num ponto.
— Ele ia parar no ponto e, ao invés de reduzir a velocidade, veio na pista tirando fino do nosso grupo, sem respeitar a lei (o artigo 201 do Código de Trânsito Brasileiro) que exige que, para ultrapassar um ciclista, o condutor esteja a 1,5 metro de distância. Se o motorista do ônibus tivesse esperado 10 segundos para nós passarmos, esse acidente não teria acontecido — disse Vitorio, em 2019.
O professor disse ainda que quando os bombeiros chegaram ao local para prestar socorro, Artur ainda respirava:
— Ele estava respirando, mas não conseguia se mexer. Pedimos a ele para ficar calmo. Quando os bombeiros chegaram, tentaram reanimá-lo, mas, infelizmente, na ambulância, ele acabou morrendo — contou.
Em nota divulgada à época, a Turismo Três Amigos lamentou o acidente:
“A Turismo Três Amigos lamenta o acidente ocorrido nesta manhã, dia 19/03/2019 envolvendo um coletivo de sua frota e um ciclista. O carro da empresa trafegava dentro do limite de velocidade permitida para a via naquele local, bem como na faixa permitida, e o motorista do coletivo permaneceu no local, acionando socorro e aguardando a chegada da autoridade policial para registro do acidente. A empresa se coloca à disposição das autoridades para esclarecer as circunstâncias do lamentável acidente”.
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