A desembargadora Teresa de Andrade Castro Neves, 1ª vice-presidente da AMAERJ, representou a Associação na abertura do Fórum Fluminense de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Fovid-RJ), nesta sexta-feira (1°), na sede da Escola da Magistratura do Estado (EMERJ).
A vice-presidente da Associação falou sobre a necessidade de acolhimento das mulheres vítimas de violência.
Emocionada, a desembargadora relembrou a morte trágica da juíza Viviane Vieira do Amaral, vítima de feminicídio em 24 de dezembro de 2020, e ressaltou que “não é porque você atinge uma posição de poder que você deixa de ser alvo de assédio”.
“Quando se chega em uma posição de poder e se é alvo de um assédio, é muito mais difícil admitir que se é alvo de assédio. Porque com o assédio vem a vergonha e a autorrecriminação de como, com independência financeira, valor intelectual e reconhecida como exemplo para sociedade, pode estar nessa situação de fragilidade. Não aceitamos isso”, disse.
A magistrada relembrou de sua participação e de outros colegas na campanha “Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica”, resultado da parceria da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Muitos de nós participamos para tentar socorrer as mulheres em situação de fragilidade que não podiam falar, não tinham voz, não tinham a quem dizer.”
A organização do evento foi realizada pelo Nupegre (Núcleo de Pesquisa em Gênero, Raça e Etnia), pelo Fonavid (Fórum Nacional de Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher) e pela COEM (Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar).
Além da 1ª vice-presidente da AMAERJ, participaram da abertura os desembargadores Marco Aurélio Bezerra de Melo, diretor-geral da EMERJ; Caetano Ernesto da Fonseca Costa, 1º vice-presidente do TJ-RJ; e Adriana Ramos de Mello, coordenadora do Nupegre e da COEM; e a juíza Katerine Jatahy, presidente do Fonavid.
Ao discursar, o desembargador Caetano Costa destacou o Fovid como um importante “instrumento de publicização dessa discussão”.
“Nós temos mais terreno para poder trazer e debater essa desigualdade, essa injustiça social e esse patriarcado que sabemos que vem de uma colonização, de criação de hábitos, de tudo que vem sendo reproduzido de uma forma consciente, ou não, pelo sistema em relação ao equilíbrio que há de ter, na forma constitucional, entre homens e mulheres”, frisou o 1º vice-presidente do TJ-RJ.
A desembargadora Adriana Ramos de Mello convidou os magistrados a participar do curso de mestrado da EMERJ e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Direitos Humanos e Saúde. “Colegas, não deixem de concorrer a esse mestrado”.
O diretor-geral da EMERJ destacou que eventos como este disseminam o conhecimento social e jurídico, como prega o regimento da Escola.
Durante o Fórum houve palestras, debates, apresentação dos projetos e parcerias da COEM e formação de grupos para enunciados. As juízas Juliana Cardoso e Elen de Freitas (diretoras da AMAERJ de Acompanhamento das Políticas de Atendimento à Mulher e das Varas de Violência Doméstica) e Camila Guerin (integrante do COEM), participaram das atividades.
O encontro aconteceu no auditório Desembargador Joaquim Antônio de Vizeu Penalva Santos.