Compartilhar conhecimento e contribuir com a formação de cidadãos conscientes. Estas, as propostas apresentadas pelo 1º vice-presidente da AMAERJ, desembargador André Andrade, ao falar sobre liberdade de expressão com 24 adolescentes de 14 e 15 anos, do Instituto Lecca, nesta segunda-feira (6). A entidade seleciona alunos da rede pública municipal do Rio de Janeiro, com potencial acima da média.
“Foi emocionante conversar sobre liberdade de expressão com jovens tão talentosos, oriundos de comunidades carentes. Com certeza foi uma das maiores emoções que tive como docente. Eles foram muito participativos e se mostraram curiosos sobre o trabalho de juízes, magistrados e do Poder Judiciário”, contou Andrade.
O Lecca atua com crianças e jovens de famílias de baixa renda, oferecendo preparação escolar com aceleração acadêmica para ampliar seus conhecimentos e favorecer o enriquecimento cultural deles. O objetivo é formar cidadãos que possam contribuir para o desenvolvimento de suas famílias e de suas comunidades ao mesmo tempo em que oferece níveis mais altos de aprendizagem e preparando as crianças e os jovens para ingressarem em escolas de excelência do Rio de janeiro.
O mote da conversa foi a proibição do Museu de Arte de São Paulo (MASP) da entrada de menores de 18 anos pudessem ingressar na exposição História da Sexualidade, após uma onda de protestos pelo país. Com linguagem acessível aos jovens, o desembargador falou sobre a história da liberdade de expressão no Brasil e no mundo, seus avanços e recuos.
“Expliquei para eles que em uma ditadura ou totalitarismo, a liberdade de expressão é a primeira a ser cassada porque ela questiona a ideologia. Também fiz uma relação sobre o papel do magistrado na construção da liberdade de expressão, em uma democracia nova como é a brasileira. Acho que eles entenderam o recado que quis passar, de que a chave para a liberdade de expressão é a tolerância, o debate inclusive para ideias que são contrárias às nossas”, disse o desembargador.