Duzentos magistrados, vestindo toga, participaram nesta segunda-feira do ato da AMAERJ (Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro) em defesa da independência do Judiciário e do juiz Sergio Moro.

“Os juízes vinham tirando fotos de toga, que é muito representativa do Poder Judiciário, em razão de uma representação do Sindicato dos Advogados de São Paulo contra uma decisão do juiz Sergio Moro. A discussão do conteúdo das decisões fere a independência do Judiciário e, por isso, os magistrados do Rio de Janeiro, de forma inédita e vanguardista, se uniram para um manifesto silencioso”, afirmou Renata Gil, presidente da AMAERJ.

O evento reuniu juízes e desembargadores do Rio no prédio do Museu da Justiça, no Centro. “A independência judicial é um pilar do Poder Judiciário, que é pilar do Estado democrático de Direito”, disse Renata.

Durante o ato, ela leu nota da entidade em apoio aos magistrados que atuam na Operação Lava-Jato e um texto enviado pelo juiz federal Sergio Moro. Para a juíza, é fundamental valorizar o trabalho dos magistrados. “Ao longo de dois anos de investigações, os juízes têm se conduzido com coragem, independência e correção nas decisões, sempre respeitando o direito de defesa. Em um caso de corrupção de proporções inéditas no país, eles têm se mantido inabaláveis, mesmo enfrentando intensa pressão pública dos investigados.” Leia aqui a nota da AMAERJ.

Sergio Moro enviou mensagem à entidade, em que agradeceu o apoio. “É com muita honra que a independência da magistratura recebe esse apoio de associação de classe que reúne Juízes tão destemidos como os desse Estado e que têm uma história notável de aplicação da lei, com independência e coragem, às vezes com risco de vida, mesmo frente a poderosas organizações criminosas”, afirmou Moro, em nota. Leia aqui a íntegra da mensagem do magistrado.

A presença maciça dos magistrados contou ainda com a participação do presidente do Tribunal de Justiça, Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, e da corregedora-geral, Maria Augusta Vaz. Magistrados de diferentes comarcas do interior, impossibilitados de comparecer, também tiraram fotos usando toga.

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