Afastar jovens da criminalidade e trazê-los de volta à escola e à família. Com este objetivo, o Projeto de Vida pretende ajudar, inicialmente, 22 menores infratores. Apoiado pela Vara da Infância e Juventude da Capital, onde a juíza Vanessa Cavalieri é titular, a iniciativa está recebendo doações pelo site de crowdfunding “Benfeitoria”, até 17 de outubro.
“Escolhemos um grupo que está começando a se envolver em pequenas transgressões. Este é o momento de intervir de modo eficaz, ajudando o menor a se colocar no mundo do trabalho e fazendo-o retornar à escola. Ali, ele tem que repensar suas escolhas e traçar um novo plano para sua vida”, destacou Vanessa.
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O projeto foi desenvolvido pela Vara de Infância e Juventude da Capital, a Universidade Veiga de Almeida (UVA) – campus Tijuca – e a ONG Associação Mãe África (AMA). O Ministério Público também participa, ao não dar prosseguimento ao processo, e indicá-los ao projeto.
A finalidade da rede de apoio é promover aulas de reforço escolar e atendimento psicológico e social aos jovens e parentes. Com sua base social e psicológica em fortalecimento, os encontros, que acontecem três vezes por semana, também os guiam para a construção de um novo projeto de vida, como diz o nome da iniciativa.
Na turma piloto, foram selecionados 22 jovens que praticaram infrações leves. O processo deles está em remissão suspensiva – ou seja, interrompido por seis meses. Para participar, uma das obrigatoriedades é voltar a se matricular em uma escola e estudar nos turnos da manhã ou da noite.
A iniciativa nasceu na UVA, pois as salas de aula ficam ociosas à tarde. É neste turno que os jovens vão para a Tijuca ter aulas com alunos de diversos cursos da UVA – História, Geografia, Biologia, Matemática e Tecnologia, entre outros. Os estudantes serão supervisionados por professores da entidade. Para Vanessa Cavalieri, o encontro tem muito a acrescentar para ambos os lados.
“Promovemos a verdadeira inclusão: criamos a ponte entre a sociedade civil organizada, um grupo de alunos privilegiados de universidade particular e jovens que entrariam numa universidade como faxineiros ou office boys, mas dificilmente como alunos”, ressaltou ela.
Após o projeto se consolidar, a ideia é fazê-lo crescer. “Se todas as universidades particulares do Rio se comprometerem com o Projeto de Vida, teremos atendimento para todo o sistema socioeducativo da cidade”, disse a magistrada.
Financiamento coletivo
O Projeto de Vida precisa de ajuda para pagar o transporte e a alimentação dos 22 jovens. A primeira meta é arrecadar R$ 18 mil para cobrir estes custos. Para isso, foi aberta uma campanha de financiamento coletivo pelo site Benfeitoria; o valor mínimo é de R$ 15. Qualquer pessoa que contribuir receberá recompensas, descritas na campanha. Contribua aqui.