Destaques da Home | 30 de outubro de 2017 11:29

‘Um dia com o presidente’: Crianças de comunidades carentes conhecem o TJ-RJ

Cerca de 40 crianças do projeto “Lutando por Vidas” conheceram, na sexta-feira (27), o Judiciário e os magistrados do Rio de Janeiro. O presidente do TJ-RJ, Milton Fernandes, recebeu a garotada e definiu o encontro como um ato de cidadania. “É um incentivo à infância. É bom ensinar noções de cidadania e dar a essas crianças a esperança de alcançar um objetivo”, afirmou.

O engajamento do presidente no “Lutando por Vidas” surgiu ao fazer aulas de kickboxing, ministradas pelo idealizador do projeto, Jorge Turco. A iniciativa visa oferecer às crianças de comunidades carentes do Rio diferentes perspectivas de vida. Desenvolvido em diferentes comunidades da Zona Norte, o projeto utiliza modalidades esportivas chamar a atenção da garotada.

“Buscamos fazer essas visitas para que as crianças conheçam os verdadeiros heróis e não aqueles com os quais convivem em suas comunidades”, disse Jorge, que administra o “Lutando Por Vidas” desde 1997.

Milton Fernandes contou que sempre gostou de esportes e foi a aplicação nos estudos que o levou a uma carreira de mais de 30 anos no Judiciário.

O que faz um desembargador?

A pergunta de Heduarda Witória, de 10 anos, dirigida a um grupo de magistrados parecia de fácil resposta. Mas sem usar expressões jurídicas, de que maneira explicar para uma plateia formada só por crianças entre 8 e 13 anos a atividade de um juiz?

Coube ao desembargador Paulo Rangel recorrer a um modelo figurativo do cotidiano da convivência no lar para encontrar a explicação.

“É como acontece na sua casa. O seu pai diz que você está de castigo. Ele é o juiz. Se você não concorda, recorre a quem? À vovó. Se ela achar que você é uma boa menina e o castigo foi muito rigoroso, vai convidar para brincar na casa dela. A sua avó age como um desembargador, que pode ou não mudar a decisão de um juiz”, disse o desembargador.

Paulo Rangel ainda contou para as crianças que, além de ir para a escola comer merenda, também gostava de estudar. E foi assim que se tornou magistrado depois de passar em concursos também para a Polícia e o Ministério Público. O desembargador Henrique Figueira também participou do evento.

Um dos convidados do encontro, o sambista Dudu Nobre tirou a curiosidade da criançada sobre sua carreira. Contou que, com a idade de parte dos que estavam na plateia, começou a compor. Com 30 anos de carreira, gravou 15 discos, 300 músicas e tem 23 sambas-enredo cantados pelas escolas de samba na Marques de Sapucaí.

“É muito bacana estar aqui com vocês. Uma das funções do artista é trazer experiência e bons exemplos para as crianças”, disse Dudu Nobre, que terminou o encontro cantando alguns dos seus sucessos ao som do cavaquinho. A atração mirim do evento foi a pequena Zilá Maria Gabriela Miranda Marques, 8 anos, que mostrou a habilidade com samba no pé. Afinal, ela é passista da Ala das Crianças da Mangueira.

(Com informações do TJ-RJ e fotos de Felipe Cavalcanti e Luis Henrique Vincent)