Pensar em como as startups estão transformando o universo jurídico no Brasil e no mundo foi o tema da LawTech Conference, em São Paulo, nesta terça-feira (10). O diretor de Estudos e Pesquisas da AMAERJ, Wilson Kozlowski, representou a Associação no evento voltado para empreendedores de startups, corporações já estabelecidas, investidores, advogados, servidores do judiciário, estudantes e pessoas interessadas no universo jurídico.
“Foram apresentadas soluções de inteligência artificial e de tecnologia da informação voltadas para a prática jurídica. Como tribunal mais produtivo do Brasil, o TJ-RJ precisa tomar a frente no debate, ter uma postura propositiva e assumir a inovação como necessária para nossos procedimentos. A ideia é que a AMAERJ possa propor soluções para o Tribunal receber e trabalhar com essas tecnologias”, afirmou Kozlowski.
No encontro foram debatidos temas como o futuro da advocacia, o uso de tecnologia pelo Judiciário e o papel das startups no meio jurídico, em uma tentativa de melhorar serviços e processos. Levantamento feito pelos organizadores do LawTech aponta que o Brasil tem, hoje, 1 milhão de advogados, sendo o país com mais profissionais do ramo no mundo. O Judiciário brasileiro, ainda de acordo com esse levantamento, acumula mais de 75 milhões de processos pendentes.
Inteligência artificial
Entre outras tecnologias, foram apresentadas ferramentas como os robôs-advogados que já começam a ser usados em escritórios de advocacia para peticionamento automático e acesso aos processos. Esses métodos contribuirão para o aumento da produtividade dos escritórios e ampliação do fluxo de trabalhos recebidos pelos juizados.
“Preocupa que eles (advogados) terão ferramentas automáticas para iniciar e responder processos, enquanto o Tribunal vai responder de forma artesanal. Por isso é importante que a AMAERJ esteja na ponta desse problema. Do contrário, seremos soterrados pela tecnologia”, observa o diretor de Estudos e Pesquisas.
Ao longo dos painéis foram apresentadas inteligências artificiais como Watson da IBM e robôs usados pela Advocacia Geral da União (AGU) e Tribunal de Contas da União (TCU). “A ideia que devemos ter é de que processos e procedimentos automatizáveis, com menor valor agregado, devem ser automatizados para liberar a força de trabalho do Tribunal em prol do que for mais criativo para construir o raciocínio jurídico”, avalia.
O evento foi organizado pela StartSe, uma comunidade virtual que aproxima empreendedores, investidores e mentores.