Foi inaugurada nesta segunda-feira (11) a Casa da Família do Fórum da Leopoldina (Zona Norte), no Cejusc (Centro Judiciário de Soluções de Conflitos). Lançada pelo Nupemec (Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do TJ-RJ), presidido pelo desembargador Cesar Cury, a iniciativa inédita tem o objetivo de buscar a resolução de conflitos familiares sem a necessidade de processo judicial, por meio da mediação.
No mês passado já haviam sido inauguradas as Casas da Família de Bangu e Santa Cruz. O projeto procura solucionar impasses sem provocar danos para pais, filhos, parentes e envolvidos. De acordo com Cesar Cury, a intenção é adaptar aos conflitos vividos pela sociedade atualmente.
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“É um sentimento de uma etapa cumprida. Nosso projeto envolve a prestação de serviço de maior qualidade à população e ao mesmo tempo o compartilhamento de responsabilidades. A Casa da Família representa o espaço compartilhado em que a sociedade civil organizada, as pessoas, encontram no Judiciário um ambiente em que elas são auxiliadas a encontrar caminhos e soluções para os seus conflitos”, afirmou o magistrado.
Na inauguração da Casa da Família da Leopoldina, o desembargador destacou durante palestra para servidores, funcionários e convidados, que a experiência tem sido bem-sucedida. O magistrado disse que o trabalho tem como objetivo abrir uma esfera para o diálogo entre as partes e evitar o confronto.
“O Judiciário resolve conflitos das pessoas e não dele próprio. Nos acostumamos durante muito tempo a uma relação verticalizada com o Poder Público. Olhávamos de baixo para cima e consequentemente esperávamos que resolvesse as questões mais elementares das relações familiares. Por outro lado, o Poder Público se acostumou com essa rotina, quando na verdade o juiz deve dar suporte à família para que ela própria encontre a melhor solução para a sua própria vida.”
O coordenador da Cejusc do Fórum da Leopoldina, juiz Carlos Alberto Machado, considera a iniciativa uma vitória da Justiça. O magistrado contou com o apoio de muitos voluntários para tornar o projeto uma realidade. Ele explicou que o papel da mediação é fundamental para as partes encontrarem uma solução para o conflito.
“O projeto Casa da Família é abrangente. O juiz contemporâneo não pode ser um mero julgador. Ele tem que ser um pacificador de conflitos. Não se pode mais julgar por julgar. É necessário se quebrar paradigmas, mas é preciso também que o juiz tenha um tempo disponível para celebrar acordos. Temos que ouvir e se fazer ouvir. Isso carece de tempo. Então, a importância da mediação, das outras ferramentas usadas para se pacificar conflitos, é muito grande”, esclarece.
Na palestra que antecedeu a inauguração das instalações do Fórum da Leopoldina, o coordenador adjunto do Cejusc da Leopoldina, juiz adjunto André Tredinnick, afirmou que as oficinas de orientação para os pais foram fundamentais para a implementação do projeto final e mensagem de apoio às famílias da região cercada de comunidades.
“O trabalho multidisciplinar que foi desenvolvido aqui na Leopoldina teve ótimos resultados, evitando processos e facilitando a conciliação de familiares e briga de vizinhos. Pretendemos impedir violências e resguardar famílias, oferecendo atendimento inclusivo, acolhimento e pronta resolução de conflitos”, disse.
(Com informações do TJ-RJ)