O juiz Peterson Barroso Simão, da 3ª Vara Criminal de Niterói, iniciou às 9h desta terça-feira, dia 16, o julgamento do policial militar Carlos Adílio Maciel Santos, um dos acusados pelo assassinato, em 11 de agosto de 2011, da juíza Patrícia Acioli. Ela foi executada com 21 tiros quando chegava à sua casa, em Piratininga, Niterói. O réu responde por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha.
Durante a manhã, foram ouvidas três testemunhas de acusação. O delegado Felipe Ettore destacou que todos os integrantes do Grupo de Ações Táticas (GAT) – e não só o então comandante do 7º BPM, Cláudio Oliveira, e o tenente Daniel Benitez – tinham interesse na morte da juíza. “Todos os integrantes do GAT acordaram em custear esse plano de execução”, afirmou a testemunha. O delegado acrescentou que, desse modo, estaria assegurada a prática de extorsões e execuções pela quadrilha para garantir a arrecadação do chamado “espólio de guerra”, que, segundo as investigações, seria de R$ 11 mil por semana. Ainda de acordo com o delegado, com a prisão de Carlos Adílio e Sammy, decretada pela juíza Patrícia Acioli, em junho de 2011, por um suposto auto de resistência forjado, os integrantes do GAT quiseram acelerar a execução do crime contra a magistrada.
Em seu depoimento, o comissário de Polícia Civil José Carlos Guimarães contou que o plano de execução da juíza Patrícia Acioli foi passado aos componentes do GAT quando todos ainda estavam soltos. Segundo ele, o réu Carlos Adílio tinha conhecimento do plano e cedeu a parte que lhe cabia do “espólio de guerra” para financiar o crime.
O inspetor da Polícia Civil Ricardo Henrique Moreira, terceira testemunha arrolada pela acusação a prestar depoimento, disse que a morte da juíza Patrícia Acioli interessava ao réu. “Ele participava dessa quadrilha e tinha atuação preponderante porque conhecia todas as áreas onde atuavam”, afirmou.
Carlos Adílio estava preso quando ocorreu o assassinato da juíza. Ele também responde na Auditoria de Justiça Militar pelo desvio das munições do 7º Batalhão de Polícia Militar.
No momento, testemunhas de defesa acabaram de prestar depoimento. Em seguida, o réu será interrogado e serão iniciados os debates entre o Ministério Público e a defesa. Ainda não há previsão para o término do julgamento.
Fonte: TJ-RJ