Juíza há 12 anos, Yedda Filizzola Assunção (diretora de Segurança do Magistrado da AMAERJ) é escoltada diariamente no percurso de 30km entre Rio de Janeiro e São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Titular de vara criminal, ela mostrou sua rotina ao programa Câmera Record, da Record TV. “Não vou para o trabalho tranquila. Saio da minha casa e já começa um momento de tensão, prestando atenção no que está acontecendo. Tenho medo de ser impedida de trabalhar”, disse.
Yedda assumiu em 2014 a Vara Criminal de São João de Meriti, região com maior índice de criminalidade do estado. A juíza revelou que foi ameaçada por diferentes facções criminosas. “Sensação muito ruim de alguém querer dizer qual é o limite do que você tem que fazer. O grande medo é a emboscada. Além da fuga ser difícil, poderia causar ferimentos em outras pessoas no trânsito.”
O juiz Alexandre Abrahão, que é escoltado há 13 anos, diz se sentir refém. “Teria outra vida se não tivesse essa profissão. Tem gente que acha um barato andar com segurança, eu não acho. É o retrato da inversão de valores. O cara tem a sensação de que ele pode fazer tudo, e não aceita qualquer tipo de repressão. Ele te ataca com o que tem. Primeiro, busca o julgamento moral e, se não consegue, atenta contra a sua vida.”
O magistrado afirma não ter medo. “Nunca tive medo porque não me deixei influenciar pelo externo. Tento criar uma relação direta entre o processo e o juiz. Julgo fatos.”
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Assista às entrevistas abaixo: