Brasil | 09 de janeiro de 2017 10:37

Temer e Cármen Lúcia discutem crise nas prisões

* Folha de S.Paulo

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O presidente Michel Temer (PMDB) se reuniu na manhã deste sábado, dia 7, com a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), a ministra Cármen Lúcia, para tratar da crise penitenciária do país. Nos seis primeiros dias do ano, 95 presos foram assassinados em penitenciárias.

O encontro ocorreu na casa da ministra. Temer saiu do Palácio do Jaburu, onde mora, por volta das 10h, em um carro não oficial, um Fusion prata, e se dirigiu à residência da ministra do Supremo.

Segundo assessores de Temer e de Cármen Lúcia, eles conversaram por telefone na sexta, 6, depois do massacre na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima, onde morreram 33 presos.

Na conversa, combinaram de se encontrar no final de semana para falar sobre a crise penitenciária no país.
O compromisso não constava na agenda oficial de Temer e ocorreu após uma semana na qual ambos anunciaram medidas requentadas ou protocolos de intenção para a criação de grupos de trabalho para lidar com a crise.

O número de mortos em presídios neste ano já representa 25% do total de mortes no sistema penitenciário registradas ao longo de todo o ano de 2016 (372).

Os massacres colocaram tanto o governo federal e os estaduais quanto o Judiciário sob pressão. O país tem hoje 622 mil presos, mas um deficit de quase 250 mil vagas.

Desgaste

Os dois episódios trouxeram desgastes políticos para Temer, que levou três dias para se posicionar sobre a matança no presídio de Manaus. O presidente tratou o caso como um “acidente pavoroso” e foi muito criticado nas redes sociais. Sobre Roraima, Temer reagiu mais rapidamente e ainda na sexta, dia dos ataques, lamentou o ocorrido.

Logo após a rebelião no presídio de Manaus, que aconteceu entre domingo (1) e segunda (2), Temer enviou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, à capital amazonense. A ministra Cármen Lúcia também esteve no local, onde se reuniu com desembargadores, juízes e com o Tribunal de Contas do Estado para avaliar a situação.

A presidente do STF pediu um levantamento dos crimes cometidos pelos 10 mil detentos que hoje ocupam os 11 presídios do Amazonas com capacidade para 3.000, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária.