Notícias | 12 de maio de 2015 13:46

Somos realmente superiores?

* Gilberto Pinheiro

Triste é saber que a fauna e a flora são agredidas sistematicamente por humanos insensíveis, que pensam apenas em si. É rotina que atravessa o tempo o desprezo aos animais e a devastação das florestas de forma tão irresponsável, sem avaliar as conseqüências que são assustadoras. O ser humano, por ambição, destrói-se.

Mata-se um animal como se bebe um copo d’água – destrói-se ecossistemas sem pensar no amanhã. Será que somos mesmo superiores aos animais? Até que ponto o antropocentismo persistirá, sobrepujando outras manifestações de vida em nome de um suposto “progresso”????

O homem foi à lua, gasta fortunas incalculáveis tentando desvendar os segredos de Marte mas é incapaz de resolver os problemas da Terra, a fome, a miséria, o desemprego e proteger o meio ambiente e sua ampla diversidade. Somos mesmos …superiores aos animais?????

Confesso que tenho dúvidas quanto a isso!

Evoluímos muito em pouco mais de cem anos em relação à tecnologia, ao avanço científico inigualável a serviço de todos nós. Mas, somos incapazes de entender que somente o amor constrói. Incrível!
Aliás, falar em amor lembra pieguismo para muitos quando a insensibilidade é dominante. Pensamos muito e amamos pouco. Ou será que estou enganado?

FALA-SE EM PAZ – MAS O QUE SE FAZ POR ELA???

Fala-se em paz mas pouco se faz para que ela se estabeleça. Os gênios mais notáveis das antigas civilizações sempre falaram a respeito dela mas nada fizeram para sua realização. Muitos países desenvolvem tecnologia bélica e pouco fazem pela paz. Aliás, seria um contrassenso falar em paz, produzindo armas. Ou não é esta a realidade????

Se a paz é impossível entre humanos, imagine reinar o amor para com os animais! O mundo não conhece a verdadeira paz – países, nações se respeitam pelo poderio bélico. Não é espontâneo o entendimento que precisamos vivenciar a harmonia. Tudo tem interesse por trás, lamentavelmente.

Os pacifistas são vistos com desconfiança, pois não estamos acostumados a viver em paz em sua acepção da palavra. Até quando será assim? Aliás, isso vem de milênios.

DESDE A ANTIGÜIDADE O REPÚDIO À PAZ É REALIDADE

Na Antigüidade, Akhenaton, o último faraó da XVIII Dinastia do antigo Egito, propunha uma sociedade baseada no amor e na alegria, como ensejava o deus que a ele se revelou em sua mocidade e para o qual construiu a magnífica cidade de Akhetaton. Porém, durou pouco – fora envenado por “aliados” que não suportavam a paz. Entendiam que falar de bondade, igualdade de direitos era coisa fantasiosa e demonstração de fraqueza. O mundo, neste aspecto, não mudou.

Precisamos crescer, evoluir como um todo, entender que a vida é a motivação para a paz e liberdade, não apenas humana, mas dos animais e da preservação da natureza. Como é difícil este entendimento.

Sou um idealista, talvez um ingênuo que acredita ser possível o coração generoso modificar o mundo. Por que o ser humano reluta em aceitar o bem a todas as manifestações de vida?
Queremos muito e sentimos pouco. Enquanto prevalecer a mentalidade arrivista, hedonista, não iremos a lugar nenhum que nos dê a satisfação de dizer – o mundo evoluiu e a paz é possível entre humanos, assim como a preservação das vidas animal e vegetal.

Vale a pena investir no bem, sermos audaciosos, modificando paradigmas. Ajudar a quem necessita e proteger os desamparados, os mais fracos, deveria ser a lei e a prática diária – crianças, idosos e animais, exatamente, os mais fragilizados e, no entanto, os mais….agredidos. E ainda acreditamos em Deus! será que estamos no caminho certo?

Creio que ainda estamos muito longe desta alvissareira realidade. Perdoem-me pela caretice, mas eu sou assim e não mudarei. Ainda acredito que o bem seja possível na Terra. Mas, de que adiantará se a maioria não ensejar que a bondade prevaleça????
Poderemos reclamar se poucos fazem a sua parte e a maioria assiste e ainda sorri, considerando os idealistas como ingênuos sonhadores?

-Pensem nisso, prezados amigos e amigas e perdoem-me se eu for …ingênuo. Quem não tem ideais, não pode entender o que bate no coração dos que sonham e procuram materializar o bem. Temos que acreditar sempre que é possível mudar o que precisa mudar, quando temos o senso de justiça e bondade na alma.

Deus seja louvado!

* Gilberto Pinheiro, jornalista, é defensor dos animais e ex-apresentador de programas de rádio web dentro da Universidade Candido Mendes.