Notícias | 14 de março de 2017 12:40

Sessenta e dois abrigos da Prefeitura do Rio estão sem receber desde janeiro

G1*

Todos os sessenta e dois abrigos da prefeitura e conveniados estão sem receber repasses do município desde janeiro. É uma situação preocupante, que coloca em risco o atendimento de crianças e adolescentes.

Em Campo Grande, na Zona Oeste, o abrigo A Minha Casa atende menores em situação crítica há quase 40 anos, mas passa por uma situação difícil. O abrigo tem dois convênios, mas desde janeiro não recebe qualquer dinheiro. O Governo Federal entrega à Prefeitura do Rio R$ 20 mil por mês, que devem ser repassados à instituição. Só que a direção do abrigo afirma que esse valor não tem chegado. Nem os outros R$ 27 mil do convênio com a própria prefeitura. O município já deve ao abrigo R$ 94 mil.

Na instituição, vivem cerca de 40 crianças e adolescentes de famílias desestruturadas, sem qualquer condição de convívio, que foram vítimas de abuso sexual ou violência doméstica.

“Já demitimos, infelizmente, três funcionários, até bons, mas a gente não tem condições de pagar. E estamos assim vivendo com ajuda da comunidade. Nós estamos fazendo brechó de roupas, de móveis, de brinquedos usados. De 15 em 15 dias tem um evento aqui pra gente poder sustentar”, contou Juceia Barbosa, presidente do abrigo. Sem o dinheiro dos convênios, o abrigo pode fechar as portas.

A Secretaria de Assistência Social reconheceu que o problema atinge todos os abrigos do município. São 38 da Prefeitura e 24 conveniados. A direção dos abrigos também está preocupada porque recebeu um aviso da própria secretaria de que haverá cortes de 25% nos contratos e convênios da Prefeitura.

“Significa que nós não vamos poder dar tudo que a criança necessita. Porque eu tenho que pagar educadores sociais, eu tenho que pagar cozinheira, nós temos que pagar toda uma estrutura. Como nós vamos fazer?”, indagou Maria Regina Barros, diretora do abrigo.

Fonte: G1