O juiz federal Sergio Moro aceitou o convite para assumir o Ministério da Justiça e da Segurança Pública no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). O magistrado da 13ª Vara Federal de Curitiba se encontrou com Bolsonaro na manhã desta quinta-feira (1) na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Em nota, Moro informou que se afastará de novas audiências da Operação Lava-Jato para evitar “controvérsias desnecessárias”.
Confira a nota:
“Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal, na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar, pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava-Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes.
Curitiba, 01 de novembro de 2018.
Sergio Fernando Moro”
Depois, pelo Twitter, Bolsonaro confirmou que o convite foi aceito. “O juiz federal Sérgio Moro aceitou nosso convite para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Sua agenda anticorrupção, anticrime organizado, bem como respeito à Constituição e às leis, será o nosso norte!”, escreveu na rede social.
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Ministérios e convite
Tanto na nota quanto no post no Twitter, o futuro ministro e o presidente eleito sinalizam a junção dos ministérios da Justiça e da Segurança Pública. Nesta semana, Bolsonaro havia informado que enxugará a quantidade de pastas do governo federal de 29 para 15.
Com Moro, o próximo governo já tem cinco ministros confirmados.
O convite foi feito pelo presidente eleito na segunda-feira (29). Em entrevista ao “Jornal Nacional” (TV Globo), ele afirmou que chamaria Moro para ser o futuro ministro da Justiça ou o indicaria a uma vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). No dia seguinte, o magistrado agradeceu ao convite, disse que se sentiu “honrado” pela lembrança e que refletiria sobre a questão.
Nesta quinta-feira (1), durante voo de Curitiba para o Rio de Janeiro, Sergio Moro afirmou à TV Globo que não havia nada definido e que aceitar o convite para assumir o ministério dependeria de agenda anticorrupção e anticrime organizado para o país.
*Com informações do G1