Viajante, se você quiser frio, ótimas comida e bebida, hospedagem confortável e paisagens fantásticas, tudo isso a umas cinco horas de voo, não hesite. Vá à Patagônia, no extremo sul do continente.
Lá, não considere limites fronteiriços. A Patagônia abrange regiões na Argentina e no Chile. Visite as duas. Pouca importa se chilenos e argentinos falam mal uns dos outros.
A porta de entrada patagônica pode ser El Calafate, cidade a pouco menos de 3.000 km ao sul de Buenos Aires, a capital argentina. Importante chegar a El Calafate com os passeios agendados. Ou então saber qual a agência de turismo que o levará para conhecer belezas como o Parque Nacional dos Glaciares e a geleira Perito Moreno.
Para começar, o ideal é visitar logo o Perito Moreno. Fica a 80 km de El Calafate, por terra. Tem quem goste de alugar carro. Mas o turista mais sensato aprecia a condução (ônibus e vans) das agências. É muito melhor.
Aqueles com mais disposição podem até contratar trekkings pela geleiras do Perito Moreno. É um passeio magnífico, regado ao final por doses generosas de uísque servido com gelo milenar escavado na hora pelos guias. Leve agasalhos impermeáveis, luvas, calçados resistentes, gorros.
A agência fornece capacetes e grampões (estruturas de metal acopladas às botas) próprios para caminhadas em pisos irregulares cobertos por gelo e neve. Outro passeio imperdível é até os glaciares alcançados por embarcações. Paredões de gelo de até 70 m de altura, icebergs, ventanias portentosas (agasalhos, mais uma vez, não vacile), imagens magníficas.
Em El Calafate, não deixe de ir a Torres del Paine, já no Chile. A viagem é longa (cerca de 4 horas por estrada em excelente estado), mas vale muito a pena.
Para entrar em a Torres del Paine, a oitava maravilha do mundo, é necessário pagar, somente pela internet, taxa de ingresso no parque nacional chileno. São US$ 35 por pessoa (cerca de R$ 175). A entrada é condição obrigatória para atravessar a fronteira. Sem o comprovante, o viajante não sai da Argentina.
Na Patagônia, não deixe de apreciar o prato típico clássico: carneiro assado com batata e legumes. Iguaria realmente deliciosa. O vinho pode ser argentino ou chileno. As opções de qualidade são muitas nos dois países.
A fauna patagônica encanta os turistas. Somente na região avistam-se os guanacos, animais esbeltos e de porte que circulam em bandos pela estepe característica daquela extensa área. Há ainda as raposas cinzentas e coloradas (avermelhadas) e até pumas, que, arredios, são mais difíceis de avistar.
O câmbio argentino está extremamente favorável ao turista brasileiro. Mas leve dinheiro vivo, porque o pagamento no cartão de crédito, por causa das taxas, onera o gasto em muito. O dinheiro em notas deve ser trocado ainda no Brasil ou, melhor, em Buenos Aires, já que em El Calafate não há muitas casas de câmbio, que estão sempre lotadas, com filas de horas.