Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro no biênio 2013/2014, a desembargadora Leila Mariano disse ontem (8) que é preciso aproveitar ao máximo o tempo que nos é dado, para que não haja arrependimentos no futuro, e que cada momento que ela passou no TJ foi de grande aprendizado, agradecendo ao Poder Judiciário. A desembargadora foi homenageada nas celebrações ao Dia da Justiça, com a inauguração de seu retrato na Galeria de Presidentes do TJ-RJ, localizada no Foyer do Órgão Especial do Tribunal, no 10ª andar do Fórum Central.

“Este é o ponto final de uma participação, entrando para a história institucional. Jamais tive preguiça, o entusiasmo me moveu durante meu tempo no Tribunal e aprendi com vitórias e derrotas. Essa é uma coroação do trabalho e agradeço a todos que me ajudaram e fizeram parte desses quase 46 anos na casa”, avaliou a homenageada.

A desembargadora agradeceu pelo convívio com magistrados e servidores, e pelos ensinamentos durante seu tempo no Poder Judiciário, comunicando que não se afastará do Direito, passando a se dedicar ao trabalho de pesquisa pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Quero estudar o Controle de Constitucionalidade nos Tribunais de Justiça. Sempre falamos do Controle no Supremo Tribunal Federal, mas os Tribunais de Justiça têm essa função e isso ainda não foi abordado em estudos comparativos. Esse vai ser meu primeiro tema”, comunicou a ex-presidente.

Pioneirismo

Nascida no Rio de Janeiro em 1° de novembro de 1945, Leila Mariano é graduada em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ingressou no Judiciário fluminense como servidora, em 1969 e, dez anos depois, após aprovação em concurso, foi nomeada juíza de Direito. Tomou posse como desembargadora em 1998. E, em fevereiro de 2013, assumiu a Presidência do TJRJ, sendo a primeira mulher a alcançar o posto.

Atual presidente do TJ-RJ, o desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, disse que a Galeria da Presidência está enriquecida com a inclusão de Leila Mariano, e enalteceu o trabalho da desembargadora, afirmando que ele orgulha familiares, amigos e a Justiça. “A Galeria está revigorada com o ingresso de uma pessoa que enobrece a carreira da magistratura. Sua trajetória orgulha a todos ligados ao Judiciário, e que seus valores ligados ao humanismo sejam sempre inspiradores”, elogiou o presidente.

O desembargador também exaltou o pioneirismo de Leila Mariano, lembrando que foi a primeira mulher a ser diretora da Escola de Magistratura do Estado Rio de Janeiro (Emerj), além de ser a primeira mulher a presidir o TJ-RJ.

Integraram o dispositivo de honra a corregedora-geral da Justiça, desembargadora Maria Augusta Vaz; a 1ª vice-presidente do TJ-RJ, desembargadora Maria Inês da Penha Gaspar; a 2ª vice-presidente do TJ-RJ, desembargadora Nilza Bitar; e o 3º vice-presidente do TJ-RJ, desembargador Celso Ferreira Filho.

Desafios da Justiça

O presidente do Tribunal de Justiça afirmou que o papel da Justiça é se manter em equilíbrio, buscando sempre atender e cumprir o que está disposto na Constituição. “Devemos saber enfrentar os desafios que aparecem buscando ser um eixo de equilíbrio. E que continuemos cumprindo e fazendo cumprir a Constituição brasileira. A Justiça está se fazendo merecedora de um maior respeito da sociedade, justamente porque ela está cobrando esse respeito, e precisamos seguir nesse caminho”, analisou o presidente.

A desembargadora Leila Mariano espera que no ano que vem a Justiça siga sempre atenta e preocupada, para saber tomar as decisões adequadas à Constituição. “Que a Justiça continue operosa, com a grande preocupação de tomar as decisões certas. O nosso grande papel é seguir a Constituição, já que é para o Judiciário que todos correm, sejam eles pequenos ou grandes agentes sociais”, afirmou a magistrada.

Fonte: TJ-RJ | Foto: Luis Henrique Vicent