AMB | 30 de maio de 2022 12:15

Renata Gil vence o Prêmio Faz Diferença, do jornal ‘O Globo’

Presidente da AMB, Renata Gil | Foto: Alexandre Campbell

Magistrada há 24 anos e primeira mulher a presidir a AMAERJ e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a juíza Renata Gil ganhou o Prêmio Faz Diferença, organizado pelo jornal “O Globo” em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Os vencedores foram anunciados no sábado (28). A premiação homenageia brasileiros de destaque pela qualidade dos trabalhos desenvolvidos em 2021. Renata Gil foi laureada na categoria Mundo pela atuação no resgate das juízas afegãs ameaçadas de morte pelo regime Talibã.

“Projetamos e executamos um futuro digno para as juízas afegãs e seus familiares. Um exemplo brasileiro para o mundo. Estou muito feliz”, disse Renata Gil.

A magistrada concorreu com a imigrante síria Joanna Ibrahim e o médico Paulo Buss. Os vencedores foram definidos pelo júri composto por jornalistas, ganhadores da edição de 2020 e leitores, que votaram pelo site do jornal.

Natural de São Gonçalo, Renata Gil formou-se em Direito na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) em 1994. Ela atuou nas Comarcas de Conceição de Macabu, Silva Jardim, Rio Bonito e Rio, onde é titular da 40ª Vara Criminal desde 2007.

Eleita pela primeira vez em 2015, Renata Gil presidiu a AMAERJ por dois mandatos consecutivos, de 2016 a 2019. Desde dezembro de 2019, é presidente da AMB, maior entidade representativa da Magistratura no país. Na entidade nacional, idealizou a campanha “Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica” e atuou em defesa das juízas afegãs.

Desde que o Talibã retomou o poder no Afeganistão, em 2021, a AMB articulou o resgate das magistradas em atendimento a pedido da Associação Internacional de Mulheres Juízas. A operação mobilizou entidades estrangeiras e do Brasil para auxiliar as refugiadas. São sete juízas – três delas casadas com juízes -, filhos e parentes próximos, em um total de 26 pessoas. O processo durou cerca de dois meses.

“Procurei o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, falei com os ministros da Relações Exteriores e Justiça, e em alguns dias o governo emitiu uma portaria internacional autorizando a vinda. Depois começou o trabalho para a emissão dos vistos humanitários das juízas. Eu não acreditava que conseguiria, nenhum país na época quis se comprometer dessa maneira. Mas deu certo”, afirmou Renata Gil.

Depois, a AMB elaborou a estratégia de recebimento das juízas. A entidade providenciou passagens e, para evitar ameaças, as magistradas foram recebidas pela própria Renata Gil, que passou três dias no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo — as afegãs e suas famílias chegaram em voos distintos. Agora, todas vivem em Brasília, com documentos regulares e emprego — muitas dão palestras. Os filhos estudam em uma escola bilíngue.

“Seis meses depois, nenhuma delas foi embora. Nenhum país recebeu as afegãs como nós”, concluiu a presidente da AMB.

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