Laureada com o Troféu Hors-Concours do 6º Prêmio AMAERJ Patrícia Acioli de Direitos Humanos, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge afirmou sentir-se “muito honrada” com a distinção. No discurso, ela demonstrou preocupação com os rumos do país.
“Há sinais muito preocupantes de ofensa a direitos humanos no Brasil. “A morte precoce de jovens atinge o destino da nação. Educação pública sem qualidade diminui a oportunidade de acesso a trabalho e a compreensão da própria dignidade da pessoa humana. Serviços de saúde precários abreviam vidas criativas, afetuosas e que ainda contribuiriam para o bem das pessoas”, alertou.
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A abertura do discurso da procuradora-geral foi de agradecimentos. “Agradeço, muito honrada, à Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro e, em especial, à presidente Renata Gil, por este prêmio, que simboliza a esperança na luta pela justiça”, disse a procuradora-geral.
Para Raquel Dodge, o Prêmio AMAERJ Patrícia Acioli deve continuar “a ser um incentivo e uma esperança para todas as pessoas de boa vontade, sejam juízes, promotores, jornalistas, cidadãos comuns, para que no cotidiano façam sempre, e a cada dia melhor, o que podem para tornar nossa cidade e nossa vida melhores”.
A procuradora-geral da República citou três aspectos que a fazem sentir-se engrandecida com a homenagem da AMAERJ. O primeiro deles, o incentivo “a persistir na defesa de valores fundamentais para a vida em comunidade”. O segundo, o fato de a premiação estar centrada “na defesa de direitos humanos”, que é “um mote importante para falarmos de dignidade, de igualdade e liberdade”.
O terceiro aspecto citado por Raquel Dodge acerca da premiação é o destaque “à memória de Patrícia Acioli”, a quem definiu como “grande juíza”.
“Reverenciar a memória de Patrícia Acioli é reconhecer publicamente o valor de resistir, mesmo quando parece não haver outra saída; de não tolerar práticas que ferem nossas vidas e dilapidam o patrimônio público; de exigir honestidade, eficiência, qualidade na atenção estatal financiada com dinheiro de todos”, sentenciou.
A procuradora finalizou o discurso com uma constatação dramática: “Os brasileiros têm convivido com uma realidade de violação de direitos humanos, incompatível com a índole pacífica, generosa e honesta de nossa gente trabalhadora, que tem imensa disposição para celebrar a vida, cantar nossa diversidade e narrar como superamos os obstáculos que a natureza, a corrupção e má-gestão da coisa pública têm marcado na nossa história”.
“Prêmios como o dedicado à memória de Patrícia Acioli reavivam a coalizão de pessoas em torno da defesa de direitos humanos – como as brilhantemente premiadas neste ano – e estimulam a confiança nas instituições e nas pessoas. São essenciais para construirmos um legado de esperança e de maior respeito pela dignidade da pessoa humana para as próximas gerações”, concluiu.