Nesta segunda-feira (14), às 18h, o Fórum Permanente de Segurança Pública e Execução Penal da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) debaterá o tema “A crise na segurança pública e o racismo estrutural”.
“A desigualdade jurídica gerada pelo racismo cria problemas em vários setores. Em relação à segurança pública, cria problemas incontornáveis, especialmente para pessoas negras e pardas que vivem nas periferias. O racismo leva à discriminação, e a população negra acaba sendo diretamente atingida pelo excesso, muitas vezes, cometido pela polícia”, disse o desembargador Alcides da Fonseca Neto, presidente do Fórum.
Leia também: TV Globo, sites jornalísticos e portais destacam a posse na AMAERJ
EMERJ abre inscrição no novo Curso de Aperfeiçoamento de Magistrados
Visite a galeria de fotos e veja o vídeo da posse da Associação
Em 24 de janeiro, em um quiosque na Barra da Tijuca (Zona Oeste do Rio), o congolês Moïse Kabagambe foi linchado. No dia 2 deste mês, Durval Teófilo Filho morreu a tiros ao chegar em casa na cidade de São Gonçalo. O atirador – sargento da Marinha – disse que confundiu o vizinho com um bandido. As vítimas eram homens negros
O debate será transmitido pela plataforma Zoom.
De todas as pessoas assassinadas no Brasil em 2020, 76,2% eram negras. Os dados revelam que um negro tem 2,6 vezes mais chances de sofrer homicídio no Brasil do que um não negro. Em uma década, o país registrou 405.811 pessoas negras mortas.
A informações são da pesquisa “A violência contra pessoas negras no Brasil 2021”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O Fórum divulgou, ainda, que os negros foram 75,8% das vítimas de homicídio, 64,3% das vítimas de latrocínio e 75,3% das vítimas de lesão corporal seguida de morte.
A reunião será aberta pelos desembargadores Alcides da Fonseca Neto e Luciano Silva Barreto, vice-presidente do Fórum Permanente de Segurança Pública, e pelo coronel Íbis Silva Pereira, da reserva da Polícia Militar do Rio. Os palestrantes serão o defensor público Nilson Bruno Filho, do Estado do Rio de Janeiro, e a jornalista Flávia Oliveira.