Crianças e adolescentes que vivem em abrigos no Rio de Janeiro ganharam uma esperança de construir laços afetivos com famílias dispostas a ajudar. O Programa de Apadrinhamento do TJ-RJ será lançado amanhã (25), às 11h, no auditório José Navega Cretton, no 7° andar do Fórum Central do TJ. A iniciativa é baseada no Projeto de Apadrinhamento, criado pelo juiz Sergio Luiz Ribeiro de Souza, da 4° Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital. Inicialmente realizado nos bairros da Zona Oeste, a partir de agora o programa será estendido a todo o estado, dando mais oportunidades a quem precisa e também a quem quer ajudar.
O apadrinhamento pode ser de três tipos: afetivo, colaborador ou provedor. Na modalidade afetiva, o padrinho estabelece vínculos com o menor que vão além do abrigo, como visitas, passeios e comemoração de datas especiais. No colaborador, ele pode contribuir com a prestação de serviços ao abrigo e, no caso do apadrinhamento provedor, é oferecido suporte material ou financeiro a crianças e adolescentes ou às instituições de acolhimento.
Indicação para o Prêmio Innovare
O Projeto de Apadrinhamento está entre os finalistas do XII Prêmio Innovare, edição de 2015. Com cerca de quatro mil práticas inscritas e mais de 150 premiados em seus 11 anos de existência, o Prêmio Innovare abre espaço para iniciativas de sucesso nas categorias Tribunal, Juiz, Ministério Público, Defensoria Pública e Advocacia, com tema livre e desenvolvidas por quem atua nesses segmentos. A edição deste ano tem como tema especial a “Redução das ações judiciais do Estado: menos processo e mais agilidade”. A cerimônia de premiação vai ocorrer em dezembro.
O programa será coordenado pelo juiz Sergio Luiz Ribeiro de Souza. No entanto, cada comarca que aderir à iniciativa será responsável pela implementação e coordenação do programa em sua área de abrangência. “Esse projeto é determinante para um futuro melhor das crianças e jovens que têm um vazio afetivo. Nosso objetivo é fazer a ligação entre quem quer ajudar e quem precisa de ajuda”, define o magistrado, que informou já existir mais de 45 padrinhos afetivos até o momento. Ele espera que esse número aumente ainda mais com a extensão do programa para todo o estado.
Apadrinhamento não serve como atalho para adotar, afirma juiz
É importante ressaltar que o apadrinhamento não é um atalho para a adoção. O projeto propicia às crianças e adolescentes abrigados, com possibilidades remotas de adoção, a oportunidade de construir laços de afeto com famílias e ter amparo educacional e profissional.
“Se a ligação afetiva entre o padrinho e a criança for muito forte, naturalmente, o apadrinhamento pode levar a uma adoção, mas não é esse o nosso foco. O apadrinhamento é um projeto independente e tem o objetivo de dar uma chance a crianças e adolescentes que já cresceram e estão fora da idade preferida para adoção”, explica o juiz Sergio Luiz.
Fonte: TJ-RJ