Judiciário na Mídia Hoje | 18 de janeiro de 2022 14:21

Prisão de falso médico que fazia procedimento estéticos no Rio passa a ser preventiva

*G1

TJ-RJ | Foto: Diego Carvalho

Lucas da Silva Leite, o falso médico que realizava procedimento estéticos no Rio, agora está preso por tempo indeterminado. A decisão é da juíza Daniele Lima Pires Barbosa, que em audiência de custódia no sábado (15) entendeu que a prisão em flagrante deveria ser convertida em preventiva.

Lucas foi preso no último dia 13 no próprio apartamento, na Rua do Riachuelo, Região Central do Rio. O local onde ele realizava os atendimentos não tinha nenhuma autorização sanitária para funcionar, seja como consultório ou clínica de estética.

“Verifica-se que a prisão cautelar se faz necessária para a garantia da ordem pública, em especial porque a conduta praticada pelo custodiado coloca em risco a vida e saúde de diversas pessoas, posto que prescrevia e aplicava materiais sem a devida instrução, capacitação e autorização legal”, escreveu a magistrada.

A juíza também negou o pedido de relaxamento da prisão, apresentado pela defesa de Lucas, justificando que a prisão preventiva é necessária também porque o crime do qual ele é acusado tem pena máxima superior a quatro anos. Lucas é acusado de exercício ilegal da profissão.

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Um vídeo feito por agentes da Delegacia do Consumidor, que investigaram e prenderam o falso médico, mostra ele oferecendo procedimentos estéticos a pacientes. No registro, é possível ver Lucas, mesmo sem nenhuma habilitação, orientando os pacientes.

“A toxina, a gente pode fazer. Eu te orientaria a fazer dessa forma, não fazer algo muito agressivo. Podia fazer bem mais natural, eu gosto de fazer bem. Pegar uma toxina bem forte, que eu gosto de trabalhar com risco. Ela tem uma durabilidade de até sete meses. É uma toxina que hoje no mercado está dominando legal e, assim, eu nunca tive problema nenhum com ela”.

Os agentes da Delegacia do Consumidor chegaram até o local depois de uma denúncia. Eles se passaram por clientes e prenderam Lucas após iniciarem uma consulta.

O falso médico fazia aplicações de laser, preenchimentos e procedimentos estéticos invasivos no corpo e no rosto dos clientes, como aplicação de toxina botulínica e ácido hialurônico. Segundo a polícia, os preços cobrados eram mais baixos do que os de mercado. O resultado era sempre apresentado nas redes sociais, onde Lucas exibia os clientes.

Lucas Leite foi preso em flagrante por exercício ilegal da profissão, por uso de medicamentos sem identificação de origem.

Além da medicação que só pode ser vendida com prescrição médica, os agentes apreenderam produtos, como enzimas, que eram aplicadas para queimar gordura. Também chamou atenção dos policiais o fato do falso médico guardar a medicação em uma geladeira junto com alimentos e bebidas.

Segundo a polícia, Lucas exercia a função de médico e de esteticista e se apresentava como biomédico, mas ele não tem, de acordo com as investigações, nenhuma formação. Não estava habilitado a fazer os procedimentos, e a clínica não tem registro sanitário, nem licença pra funcionar.

“Essa ação serve de alerta aos consumidores ao buscar um tratamento estético para ver se esse local tem autorização sanitária. É verificar a habilitação do profissional que vai realizar o tratamento. A Polícia Civil orienta que as pessoas procurem um profissional qualificado, médico”, diz o delegado Ricardo Barbosa.