Em plenário lotado, o ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), tomou posse como corregedor nacional de Justiça nesta terça-feira (3). A presidente da AMAERJ e vice-presidente de Assuntos Legislativos da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), juíza Eunice Haddad, magistrados do Rio de Janeiro e dirigentes associativos acompanharam a solenidade na sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília.
Compuseram a mesa da cerimônia os presidentes Luís Roberto Barroso, do CNJ; Luiz Inácio Lula da Silva, da República; Rodrigo Pacheco, do Senado; Arthur Lira, da Câmara; Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); Herman Benjamin, do STJ; Lélio Bentes, do Tribunal Superior do Trabalho (TST); e Beto Simonetti, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Magistrados do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) estiveram na solenidade, entre eles o presidente do TJ, desembargador Ricardo Cardozo, o conselheiro do CNJ no biênio 2021/2023 desembargador Mauro Martins; e dirigentes da AMAERJ, os juízes Richard Robert Fairclough (secretário-geral) e Ana Beatriz Estrella (diretora-adjunta).
Com mandato até 2026, o novo corregedor saudou os juízes e destacou a necessária valorização da Magistratura. “Saúdo todas as juízas e todos os juízes brasileiros, mulheres e homens que são exemplos no mundo do quão é singular o papel que exercem em um país ainda socialmente desigual. Estaremos irmanados para valorizar a Magistratura nacional, exibindo a todos os brasileiros a elevada qualificação moral e técnica de seus membros”, afirmou.
“O juiz há que ser sempre o primeiro garantidor de direitos, há que ser sereno, viver honestamente, atuar com isenção e imparcialidade, conhecer a realidade local, ser previsível e pacificador, agregador de harmonia, desempenhando o seu mister com a discrição e, não raro, com a angústia redundante do dever de recato que essa discrição nos cobra.”
O ministro Mauro Campbell ressaltou que o Poder Judiciário brasileiro é grandioso e possui números desafiadores. “Nenhum país do mundo tem 83 milhões de processos em tramitação. Nenhum juiz do mundo possui a carga de trabalho que um juiz brasileiro possui. O cenário posto requer de todos nós do Conselho Nacional de Justiça os mais alvissareiros exemplos de compromisso com a administração do Poder Judiciário.”
O novo corregedor sucedeu ao ministro Luís Felipe Salomão, que assumiu a Vice-Presidência do STJ. “Faço aqui um reconhecimento público de que um dos grandes desafios que despontam nessa função que hoje assumo é suceder ao eminente ministro Luís Felipe Salomão, querido e afetuoso amigo. Sua excelência exerceu com profundo afinco o ofício de corregedor nacional e reassumo, de forma pública e transparente, o compromisso de dar continuidade às políticas públicas encetadas em sua gestão.”
O ministro Luís Roberto Barroso deu as boas-vindas ao “velho amigo”. “Mauro e eu somos amigos há muitos anos. Ele sempre revela essa personalidade amável, gentil. Você é muito bem-vindo, vem em boa hora integrar o nosso time. Desejo que seja feliz e abençoado na nova missão. A presença maciça das mais elevadas autoridades da República bem relevam o apreço e a admiração que vossa excelência granjeou ao longo de sua bela carreira”, disse o presidente do CNJ.
O ministro Barroso também destacou a qualidade dos magistrados brasileiros. “O ministro Mauro Campbell será o corregedor nacional em um país que tem 18 mil juízes. Juízes bem preparados, íntegros e vocacionados são uma benção para a democracia, a Justiça e a cidadania. Esta é a instituição de maior capilaridade no Brasil. Estamos presentes em praticamente todos os municípios procurando levar a presença do Estado e a Justiça. Mauro se junta à equipe do CNJ onde um grupo admirável de conselheiros já procura trabalhar, além do papel correicional, para delinear políticas públicas que tragam integridade, eficiência e proximidade com a população para o Poder Judiciário.”
Trajetória
Nascido em Manaus (AM), o ministro Mauro Campbell integra o STJ desde 2008. Antes, foi membro do Ministério Público do Amazonas (1987-2008), onde atuou como procurador-geral de Justiça. Ainda no Amazonas, foi secretário de Controle Interno, Ética e Transparência (2004); de Segurança Pública (1993-1995); e de Justiça (1991-1993).
É bacharel em Direito pelo Instituto Metodista Bennett (1985). Foi ministro do TSE e corregedor-geral da Justiça Eleitoral. Na função de diretor-geral da Enfam, organizou a primeira edição do Exame Nacional da Magistratura (Enam), recém-criado pelo CNJ.
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