A juíza Eunice Haddad, presidente da AMAERJ, e a desembargadora Renata Machado Cotta, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), foram homenageadas pela Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (30), no 4º Prêmio EMERJ Mulheres do Ano. A solenidade reuniu ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), magistrados do TJ-RJ, demais profissionais do Direito e familiares, no Salão Histórico do Tribunal do Júri, no Centro do Rio.
A premiação celebra a memória da advogada carioca Romy Medeiros (1921-2013), que dedicou a maior parte de sua vida e carreira à causa feminista e aos direitos das mulheres. Foi autora da revisão da situação da mulher casada no Código Civil Brasileiro e era especialista em Direito da Família.
Ao receber o Troféu Romy, a presidente Eunice Haddad agradeceu a homenagem e ressaltou a trajetória inspiradora de Romy Medeiros.
“A palavra é de agradecimento. Agradecimento a Deus, que me permitiu viver em uma família em que fui criada com valores iguais, sem distinção de gênero, de raça, de situação social. A Romy foi uma inspiração para todos nós e essa corrente de sermos inspiração para outros não deve ser rompida nunca. Devemos ser inspiração do bem em qualquer lugar, inspiração de sermos todos iguais. Assim vamos definitivamente viver em um mundo melhor. Agradeço muito o reconhecimento”, afirmou a magistrada.
Foram laureadas na mesma cerimônia a ministra Regina Helena Costa, do STJ; a atriz Fernanda Montenegro; a historiadora Lilia Moritz Schwarcz; e a tabeliã de notas Carla Watanabe. Compuseram a mesa de autoridades o ministro Marco Aurélio Bellizze, do STJ, e os desembargadores Marco Aurélio Bezerra de Melo, diretor-geral da EMERJ, e Myriam Medeiros da Fonseca Costa. O presidente da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis), juiz Thiago Massad, prestigiou o evento.
O diretor da Escola parabenizou as premiadas. “Vocês são exemplo de que a luta pela isonomia de gênero e pelos direitos humanos deve ser incessante e que cada conquista é um passo a mais na construção de uma sociedade equânime. Vocês são verdadeiras heroínas e a dedicação de todas é uma luz que ilumina o caminho para as futuras gerações de mulheres. Que este prêmio seja um símbolo de reconhecimento mas também um incentivo para que continuem a lutar pelos seus sonhos e seus ideais”, disse o desembargador Marco Aurélio Bezerra de Melo.
Madrinha do Prêmio e filha de Romy, a desembargadora Myriam Medeiros enalteceu as homenageadas. “Vi todos os currículos [das homenageadas] e fiquei maravilhada. A minha mãe fica muito feliz lá em cima, porque o trabalho dela rendeu frutos e reconhecimento da importância da mulher.”
Presidente da Comissão de Articulação de Programas Sociais do TJ-RJ (COAPS), a desembargadora Renata Cotta afirmou que o prêmio traz a sensação de dever cumprido.
“Guio meu trabalho para assistir aos mais vulneráveis, àqueles que estariam à mercê das intempéries se nada fizéssemos para lhes oferecer um começo ou um recomeço mais digno e protegido dos predadores e dos percalços da vida. Também é um prêmio que chama responsabilidade, que dobra a aposta e revigora o fogo de realizar. Por isso, não podia deixar de aproveitar essa breve oportunidade de apelar e convocar cada um dos nossos convidados nesta manhã para espalhar ainda mais a semente do bem. Pequenos gestos e apoios são fios que juntos formam a corda tenaz”, frisou.
A ministra Regina Helena Costa destacou a importância da atuação pela igualdade de gênero. “Quero homenagear as minhas colegas de premiação. Tenho 33 anos de Magistratura e me sinto muito privilegiada de ter voz e por poder lutar com essas grandes mulheres para abrir os grandes caminhos e ideais.”
A atriz e roteirista Fernanda Montenegro não pôde comparecer ao evento, sendo representada pela sobrinha e afilhada Letícia Aparecida Silva Ferreira.
Leia também: AMAERJ celebrará os aniversariantes do quadrimestre na próxima segunda-feira
Tribunal de Justiça instala três novas Varas Cíveis na Zona Oeste do Rio
AMAERJ participa de inaugurações em homenagem ao centenário do desembargador Jorge Fernando Loretti