A maioria dos alunos, técnicos e professores da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) votou pela permanência da Faculdade de Direito no campus do Maracanã. O plebiscito terminou na sexta-feira (11). Foram 68 votos de técnicos e docentes a favor de ficar e 64 pela mudança para o antigo Palácio da Justiça, no centro do Rio. Entre os alunos, foram 824 votos por continuar na sede e 468 pela transferência.
Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux e Luís Roberto Barroso defendiam a mudança, que começou a ser debatida em 2017. Para eles, a transferência era fundamental para o resgate da faculdade. “Estamos vivendo um momento muito difícil na Uerj. Temos uma chance de enfrentar a decadência”, disse Barroso, em vídeo divulgado antes da votação, que durou quatro dias.
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O desembargador aposentado Luis Gustavo Grandinetti queria a permanência no Maracanã. “Se o Estado está quebrado, se não há verba para a Uerj, eu opto por manter a minha resistência para que o Direito permaneça junto com as demais Faculdades. Não me interessa salvar só o Direito”, argumentou Grandinetti.
O Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (Caco) comemorou o resultado do plebiscito. “O Centro Acadêmico sente um forte vento de esperança, vindo lá da Uerj, no Maracanã, onde os 83 anos do Curso de Direito Uerj, referência nacional, estão sendo comemorados com democracia. O Direito vai ficar onde estes estudantes combativos estiverem, onde estiver o sonho da Uerj que cada um sonhou.”
A Uerj foi criada em 1935, na Rua Araújo Porto Alegre, no Centro. Oito anos depois, a sede da universidade passou a ser na Rua do Catete. Em 1976, a Faculdade de Direito se mudou para o atual prédio, no Maracanã.