A Polícia Federal inaugurou, nesta quinta-feira (21), centro de treinamento para o aperfeiçoamento profissional e a defesa pessoal dos agentes, na zona portuária do Rio. O espaço foi financiado com recursos destinados à PF pela 40ª Vara Criminal do TJ-RJ. As magistradas Renata Gil (presidente da AMAERJ e titular da vara), Alessandra Bilac (membro do Conselho e juíza em exercício da vara) e Flavia Alves (diretora-adjunta do Conselho) estiveram na inauguração. Os recursos foram apreendidos na Operação Tritão, da PF.
“A inauguração do centro de treinamento demonstra a importância da integração entre as instituições do sistema de Justiça no combate à criminalidade organizada. Neste caso, houve a reversão do dinheiro de uma organização criminosa para as instituições que fazem o combate e a prevenção a essas organizações. É a sociedade tendo a resposta para aquele crime que foi cometido”, afirmou Alessandra Bilac.
O superintendente da PF no Estado do Rio, Ricardo Andrade Saadi, agradeceu a destinação dos recursos.
“O centro de treinamento foi todo construído com verba advinda de um processo criminal. Os recursos foram tirados da organização criminosa e transferidos para o Estado se qualificar no combate ao crime. A oportunidade de fazer um centro de treinamento dentro da Polícia Federal, para os agentes não perderem tempo com deslocamento, só foi possível graças à doutora Renata e à doutora Alessandra.”
O diretor-geral da PF, Maurício Leite Valeixo, parabenizou o Judiciário pelo apoio à PF. “Comprimento a doutora Renata Gil, que tem uma história de colaboração com a Polícia Federal. Também cumprimento a doutora Alessandra Bilac pelo esforço na atuação. Para nós, é muito importante esta relação e o apoio do Poder Judiciário, do Ministério Público e das demais instituições”, disse.
O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava-Jato no Rio, destacou a importância da devolução do dinheiro apreendido para o Estado.
“Quando destina os recursos, o juiz não está fazendo nenhum favor, está cumprindo a lei. O importante é a visão que hoje vem crescendo na própria Justiça, principalmente na Criminal, de que não basta determinar a punição prevista pela lei no caso de alguma transgressão. É importante que assim seja, mas é igualmente importante que o benefício financeiro obtido com a prática criminosa deva ser resgatado e no momento seguinte esse recurso deva ter uma finalidade pública.”
O centro de treinamento leva o nome de Jeferson Pereira Cardoso, em homenagem póstuma ao agente da PF morto em 2010, vítima de atropelamento. Os familiares do policial participaram da inauguração.