Notícias | 01 de abril de 2015 08:24

Pelo fim das pesquisas científicas com cobaias animais

* Gilberto Pinheiro

Lutar contra a crueldade em relação aos animais é dever de todas as pessoas sensatas. À medida que adquirimos conhecimento dos fatos, aumenta a nossa responsabilidade e, com isso, o dever de fazermos a nossa parte.  O progresso chegou apenas a algumas universidades americanas que não utilizam mais animais para tais fins, abraçando alternativas viáveis, como coleta de células embrionárias descartáveis, células placentárias, recursos da nanotecnologia, utilização de vídeos e registros de estudos de aulas passadas, além da utilização de cobaias humanas voluntárias, perfeitamente amparadas por lei.

  O ilustre e saudoso dr. Albert Sabin declarara em determinada ocasião que as pesquisas para combater a poliomielite atrasaram em 10 anos, por ser inócua e até prejudicial aos humanos, na sua primeira aplicação.  Nos animais não causou danos, mas os primeiros 20 humanos que receberam a vacina, morreram.   Disse ele que as pesquisas laboratoriais com animais precisam e devem ser evitadas.  

 

                                             

                                                    BULA DE REMÉDIOS E CONTRAINDICAÇÕES – onde está a eficácia?

 

Na verdade, as cobaias somos nós.  Ao comprar um remédio, se alguém ler a bula e for hipocondríaco, deixará de lado o medicamento.  São tantas contraindicações que podem causar danos irreversíveis a qualquer um de nós.   Ora, se a eficácia dos medicamentos fosse comprovada, não haveria tais malefícios.  O paracetamol é um exemplo singular:  analgésico, se ingerirmos, poderemos ficar curados de alguma dor;  se um cão, por exemplo, ingerir,morre imediatamente.   Portanto, experimentação com animais não garante que o medicamento terá eficácia entre nós.  

 

O avanço é lento e precisamos cobrar de autoridades o fim das pesquisas com animais para fins medicinais. Infelizmente, como citei acima, apenas poucas universidades americanas abstêm-se da utilização destas  cobaias.  No Brasil ainda se usa animais como cobaias em larga escala, infelizmente

 

                                           PESQUISAS COM ANIMAIS  PARA FINS COSMÉTICOS – PROIBIDAS NA EUROPA

 

Na Europa, pesquisas científicas utilizando animais para fins cosméticos,  estão proibidas desde o ano passado.  A discussão surgiu em 2004 e, no ano passado, a oficial proibição.

Destaco que fora somente para esta questão. Para fins farmacêuticos, infelizmente, ainda não foram proibidas.  Todavia, com a reverberação da causa animal em todo o planeta, creio que no espaço de  10 anos, isso terá fim.  Estou especulando, não estou afirmando a temporariedade do fim da utlização de animais.  No Brasil, somente em São Paulo, estão proibidas estas pesquisas.    

  

Evidentemente, que as descobertas do proeminente neurocientista Phillip Low impactaram todo o universo científico, obrigando a rever velhos e ultrapassados conceitos, como a utilização destas cobaias não humanas.  Tem que haver um fim!  A crueldade sempre existiu nestes testes, desde o estresse até a vivissecção, com cortes profundos e invasivos.  Alguns afirmam que os animais são anestesiados. Não é verdade, haja vista que  se assim for, o efeito será inócuo.  

 

                                                         PELO FIM DA LEI AROUCA – CRUELDADE CONTRA ANIMAIS

 

No Brasil, faz-se mister combater à luz da legalidade os benefícios da  Lei Arouca, de 2008, que autoriza experiências científicas com o sofrimento de animais.   O Concea, órgão regulamentador  destas pesquisas, alega que eles não sofrem e são indispensáveis.  Mas, cientistas que não compactuam com as experiências utilizando animais afirmam exatamente o oposto.

Eu mesmo, quando apresentei programa de web rádio na Universidade Cândido Mendes, campus Méier, entrevistei alguns cientistas e foram unânimes, afirmando que os animais sofrem muito nestes testes que precisam ter fim.

 

Precisamos contactar parlamentares para sensibilizá-los,  a fim de que apoie a causa animal, trabalhando por uma nova legislação que anule a  a redação desta cruel e sanguinária lei. 

Não é mais possível fecharmos os olhos para a dura realidade que são as pesquisas científicas com animais.  Phillip Low deixou bem claro: “os humanos não são os únicos a possuir substratos neurológicos. Não podemos negar que os animais têm substratos que revelam a consciência, sentindo dor, fome, etc”  

 

Precisamos avançar muito, nos unirmos à causa animal, defender a vida destes seres sencientes, afinal, não é admissível nem  inteligível  aceitarmos o bem-estar do ser humano em detrimento dos animais utilizados como cobaias, sofrendo terrivelmente pela insensibilidade de pesquisadores. Basta usar os métodos alternativos.  

 

 

          VERDADES QUE PRECISAM SER REVELADAS  

 

Cultura de tecidos oriundos de biópsias, cordões umbilicais ou placentas descartadas, dispensando os animais

 

Vacinas produzidas utilizando células humanas

 

Na Inglaterra e Alemanha a utilização de animais na educação foi abolida

 

A produção de anticorpos monoclonais por meio de animais foi banida na Suíça, Holanda, Alemanha e Inglaterra

  

Na Itália, entre 2000 e 2001 mais de um terço das universidades abandonaram a utilização de animais para fins didáticos.  A província do Sul de Tirol, proibiu toda experimentação

 

  AVANÇOS MÉDICO-CIENTÍFICOS SEM A EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL

 

Descoberta da relação entre colesterol e doenças cardíacas

 

Hábito de fumar e o câncer – a nutrição e o câncer

 

Descoberta da relação entre hipertensão e ataques cardíacos

 

Isolamento do vírus da AIDS

 

Descoberta dos mecanismos da transmissão da AIDS

 

Descoberta do raio X

 

Desenvolvimento de drogas anti-depressivas e anti-psicóticos

 

Desenvolvimento da vacina contra a febre amarela

 

Entendimento da anatomia e fisiologia humana, etc……….

 

Fonte de pesquisa sobre as descobertas científicas, NÃO utilizando animais:

 

PHYSICIANS COMMITEE FOR RESPONSIBLE MEDICINE 

 

Artigo de Gilberto Pinheiro

Jornalista,palestrante em escolas e universidades sobre a senciência dos animais, integrante da CPDA/OAB – Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Rio de Janeiro