O procurador da República Deltan Dallagnol demonstrou otimismo com o futuro do Brasil, em palestra ministrada no seminário Corrupção e Eleições, promovido nesta segunda-feira (7) pela EMERJ (Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro).
“A solução para o Brasil não é ditadura. A solução para o problema que corrói nossa democracia é mais democracia. Na luta contra a corrupção, a principal arma que o brasileiro terá em 2018 é o voto”, afirmou Dallagnol, coordenador da Força Tarefa da Lava-Jato no Paraná.
Na palestra, Dallagnol defendeu que cabe à sociedade brasileira “dar os passos adicionais” às ações de combate à corrupção desenvolvidas pelo Ministério Público Federal, Judiciário e Polícia Federal.
“Nós nos deparamos com uma doença que corrói o nosso sistema político. Mas nós não somos a solução”, disse o procurador, para quem, sem o apoio da sociedade, “o trabalho firme e consistente da Procuradoria Geral da República não iria adiante”.
Dallagnol refutou as acusações de que a Operação Lava-Jato tem por objetivo empreender perseguições políticas, formulando acusações sem o amparo de provas.
“A Lava-Jato não criminaliza a política. Ela investiga e pune crimes praticados no ambiente político. A atividade política é a única saída, com a participação da sociedade”, acrescentou.
Para o coordenador da Força Tarefa da Lava-Jato paranaense, o “modo escuso de fazer política” no Brasil procura “perpetuar um esquema” criminoso do qual participam representantes de partidos políticos e da iniciativa privada .
“A gente não pode considerar normal o que é anormal. É preciso romper este círculo vicioso. Precisamos avançar com soluções”, afirmou o procurador.
Na palestra de 30 minutos, Dallagnol expôs as descobertas da Força Tarefa acerca dos relacionamentos criminosos entre empreiteiras, governantes, parlamentares, altos executivos de estatais, como a Petrobras, empresários e marqueteiros.
“A Lava-Jato não só identificou corrupção na Petrobras. É muito mais”, observou.