A presidente da AMAERJ, Renata Gil, elogiou o trabalho feito pelo Nudeca (Núcleo de Depoimento Especial de Crianças e Adolescentes), nesta sexta-feira (20), durante o seminário “O Poder Judiciário no combate ao abuso e à Exploração Sexual”. A magistrada destacou a importância do projeto, criado há quatro anos pela Corregedoria Geral de Justiça do Rio (CGJ), com o objetivo de oferecer mais proteção às crianças vítimas de crimes e abusos.
“Em todos os anos que usei o Nudeca, há 100% de êxito nos depoimentos. É um projeto que realmente funciona. É importante respeitar o limite da criança, por isso exige atenção e sensibilidade do juiz em perceber se a criança está constrangida. E obedeço rigorosamente todos os critérios que a equipe do projeto me apresenta”, disse.
Renata Gil ser fundamental ter um ambiente especial para as crianças e a presença do psicólogo. A juíza também mostrou a diferença de uma audiência normal. “Imaginem um advogado que é acostumado a tratar de questões de roubo e tráfico, com aquela falta de vivência, questionando uma criança sobre uma situação de intimidade. É absolutamente inconveniente e constrangedor. Por isso, fazemos uma conversa preliminar com o advogado, defensor e promotor para saber o que querem saber a respeito do fato.”
O Nudeca realiza cerca de 20 audiências por mês – foram 200 em 2015 – e encaminha as crianças que precisam para tratamento psicológico e para a rede de saúde. A presidente da AMAERJ enalteceu a proposta da CGJ em regionalizar o projeto. “Apoiamos a iniciativa. Tenho certeza que será muito boa a proposta da Corregedoria de regionalizar e capacitar nós magistrados quanto aos procedimentos dos depoimentos”.