A nova Divisão de Homicídios foi inaugurada ontem, na Barra da Tijuca, com uma meta ambiciosa: reduzir em 46% os assassinatos na cidade do Rio de Janeiro. “O projeto tem 25 ações com o objetivo de chegar a menos de dez homicídios/100 mil habitantes. Esse número é o que a Organização Mundial de Saúde considera não-epidêmico,” disse Rivaldo Barbosa, delegado responsável pela divisão. A presidente da AMAERJ, Renata Gil, foi à inauguração da divisão, que passa a coordenar todas as delegacias de homicídio da Capital, Baixada Fluminense e Niterói.
Segundo Rivaldo Barbosa, em 2012 – um ano em que as UPPs estavam no auge -, a taxa era de 22/100 mil habitantes, e agora está em 18,6/100 mil. “Encontramos o caminho e agora temos de construir isso em sinergia com a sociedade civil, mídia, Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria, OAB para que possam agregar no debate do combate ao homicídio. A busca é pela união”, disse Barbosa. Renata Gil afirmou que “a AMAERJ vai apoiar no que for preciso para a melhor solução dos casos.”
Entretanto, a crise de segurança impactou também os homicídios este ano. Depois de a cidade do Rio ter em 2015 a menor taxa e número absoluto de homicídios (1202 casos) desde 1991, este ano já houve aumento de 38% nos assassinatos no Estado. É esse o foco da Divisão de Homicídios.
Para o presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Rio de Janeiro (Sindelpol), Rafael Barci, a Divisão de Homicídios dá estrutura para as investigações e condições de trabalho para os policiais civis. “Em um momento que o Estado passa por uma crise tão profunda, esta iniciativa de Rivaldo é importantíssima para a resolução dos casos”, disse Barci.
O delegado Flávio Porto de Moura, acredita na capacitação da equipe no preparo dos policiais para a excelência do trabalho. “A Divisão de Homicídios consolida um projeto de anos para o aprimoramento das técnicas de investigação, pilar estratégico para o combate aos crimes de homicídios.”
Para desembargadora Giselda Leitão, a gestão da DH é sinônimo de elucidação de casos. “Eles desenvolvem um trabalho primoroso e agora vão poder aprimorar ainda mais o trabalho com esta estrutura de recursos”, disse a magistrada ressaltando a confiança no delegado Rivaldo.
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, participou da inauguração e relembrou da confiança que tinha nos profissionais do Rio e citou a investigação do assassinato da juíza Patrícia Acioli. “O fato aconteceu no Rio, com um magistrado e cabe a polícia do Rio de Janeiro. E a Polícia do Rio vai fazer”, relembrou o secretário que na época dispensou a equipe do STJ que se disponibilizou a fazer o trabalho. “Eu acreditei em vocês”.