O advogado e jornalista Mário Ottoboni morreu nesta segunda-feira (14), aos 88 anos. Ele teve atuação de destaque em projetos de ressocialização de presos. Ottoboni foi o responsável em 1972 pela criação do método Apac (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados), mérito reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Pelo sistema, os próprios detentos se tornam responsáveis pela recuperação. Mais de cem unidades prisionais antenadas à filosofia foram abertas no Brasil e em 18 países, como Alemanha, Estados Unidos e Inglaterra.
Ottoboni idealizou o método Apac em São José dos Campos (SP). O método teve sua maior expansão em Minas Gerais. O Estado tem hoje 39 unidades, que oferecem 3.708 vagas.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais decretou luto oficial de três dias. Segundo o presidente do TJ-MG, Nelson Missias de Morais, a homenagem póstuma a Ottoboni “é mais do que merecida”. “Ele foi a pessoa que mais contribuiu para a difusão e consolidação do conceito de que a recuperação de pessoas que cometem crimes não depende apenas de seu aprisionamento, mas de um tratamento humanizado, que lhes ofereça a oportunidade de se preparar para retornar ao convívio produtivo em sociedade”, afirmou.
A Abracrim (Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas) divulgou nota de pesar e ressaltou o trabalho de Ottoboni. “Mário Ottoboni é daquelas pessoas insubstituíveis, e seu óbito deixa o mundo mais pobre.”
O sepultamento aconteceu na manhã desta terça-feira (15), em São José dos Campos.
Fontes: TJ-MG e ConJur