A família informa que a missa de 30º dia pela morte da desembargadora Áurea Pimentel Pereira será rezada às 11h do dia 26 na Igreja São José (esquina da Avenida Antônio Carlos com a Rua São José, ao lado do Palácio Tiradentes, sede antiga da Assembleia Legislativa).
Áurea Pimentel Pereira faleceu em 25 de agosto, aos 92 anos. Uma das pioneiras da Magistratura nacional, foi a primeira brasileira a presidir o Tribunal do Júri. Ela ingressara na Magistratura do Rio de Janeiro em 1960, em concurso que reuniu 158 candidatos, dos quais 25 aprovados.
O jornal “O Globo” destacou, à época, que a posse de Áurea Pimentel não representou apenas uma vitória pessoal, mas, sim, da mulher brasileira. A magistrada contou à publicação que sua vocação se revelara aos 5 anos.
“Minha mãe, que sempre teve gosto pela advocacia, conversava muito comigo sobre casos de julgamento, explicando-me como se fazia uma defesa e uma acusação. Aquilo me impressionava e despertava o meu interesse. Um dos meus brinquedos preferidos era ‘fingir’ de advogado, passando horas fazendo discursos e defendendo os ‘meus’ casos. Isso constituía uma diversão para minha família, pois eu era realmente muito pequena para agir assim. Mas era uma verdadeira vocação que com o tempo se foi firmando e concretizando. E a maior prova disso é a minha presente vitória”, disse, em agosto de 1960.
A “O Globo”, ela respondeu se julgaria mais com o coração pelo fato de ser mulher. “O juiz deve abstrair-se de sua condição de homem ou de mulher. Decide sem paixões e partidos. O que acontece frequentemente é que a opinião pública, influenciada por uma ou outra corrente, considera injusta determinada decisão que foi tomada com serenidade. E quando existem falhas é preciso não esquecer que só Deus é perfeito e infalível.”
Um ano depois de tomar posse, Áurea Pimentel assumiu a presidência do Tribunal do Júri. Ao jornal “Correio da Manhã”, em junho de 1961, ela declarou-se satisfeita e grata pela designação do Tribunal.
Em 1984, Áurea Pimentel foi nomeada desembargadora do TJ-RJ, onde atuou em câmaras cíveis. Aposentou-se em 2000. Ela também escreveu livros e artigos sobre Direito Constitucional e de Família.