O ministro do Tribunal Superior do Trabalho Lelio Bentes Corrêa (conselheiro do CNJ) fez a palestra “Dimensão Social da Magistratura”, nesta sexta-feira (17), na EMERJ (Escola da Magistratura). O evento, que foi organizado pelo Fórum Permanente da Criança, do Adolescente e da Justiça Terapêutica, também teve a participação do juiz Sergio Ribeiro (Diretor de Direitos Humanos da AMAERJ), do desembargador Ricardo Cardozo (diretor-geral da EMERJ) e da juíza Raquel Chrispino (1ª Vara de Família de São João de Meriti).
Mesmo sendo um magistrado da área do trabalho, Lelio Bentes é uma das referências na luta pelos direitos de jovens e crianças no Brasil. Presidente do Fórum Nacional da Infância e da Juventude (FONINJ), o ministro explicou porque se tornou um defensor ferrenho da proteção a infância.
“Sempre me perguntam como é que um juiz do trabalho foi parar na coordenação de um Fórum da Infância e da Juventude. Foi um fato em 1991, quando fui designado para um inquérito em Ariquemes (RO), que me trouxe ao trabalho em prol das causas da infância. Nesta cidade conheci um menino de dez anos de idade, que carregava um saco mais pesado do que ele próprio. Perguntei por qual motivo ele trabalhava e o menino me respondeu que era porque seus pais estavam com malária e seus irmãos mais novos precisavam comer. Perguntei se ele tinha um sonho e ele disse que queria ter saúde para trabalhar mais e ajudar a sua família. Isso foi impactante para mim, e nesse dia assumi o compromisso de me dedicar ao combate do trabalho infantil”, contou Bentes.
Idealizador dos projetos “O Ideal é Real – Adoções Necessárias” e “Apadrinhar”, Sergio Ribeiro (4ª Vara de Infância, Juventude e Idoso) destacou a importância do evento. “É de extrema relevância para área da juventude e infância ter esse espaço para poder debater, ainda mais com pessoas tão qualificadas quantos as presentes hoje.”
Magistrado há 28 anos e desembargador desde 2003, o diretor-geral da Escola da Magistratura do Rio de Janeiro, Ricardo Cardozo, salientou sobre a nova mentalidade que os juízes devem ter e de como palestras como esta podem ajudar nesse intuito. “O tema da palestra foi muito bom, principalmente para os jovens, que precisam perceber que aquela magistratura fechada, omissa de gabinete, não pode mais existir. Aquele juiz que senta no gabinete e não participa do meio social está ultrapassado.”